Álvaro Bautista cruzou a linha de chegada em baixa velocidade, acenando com os braços para cumprimentar seu povo nas arquibancadas e os caras da garagem da Ducati pendurados na parede. Uma chegada em desfile, como algumas de 2019, quando na primeira parte da Copa do Mundo assinou onze vitórias seguidas, infligindo lacunas constrangedoras. Depois foi como todos sabemos: a partir do verão o vento mudou, Alvarito começou a cair, permitindo a Jonathan Rea tirar-lhe debaixo do nariz um Mundial que parecia já vencido. A demonstração de força oferecida com o trio vencedor no Circuito da Catalunha foi impressionante. Bautista tem a certeza que nas restantes quatro jornadas o sonho não se vai extinguir. “Comparado com três anos atrás, tudo mudou“Garantir. “Em 2019 não conhecia os pneus, a Superbike, a Panigale. Na primeira parte do Campeonato do Mundo não sabia porque era tão rápido e estava a ganhar. No segundo eu não sabia por que estava caindo. Agora tenho tudo sob controle.“
Os números brilham
Álvaro Bautista é um piloto muito rápido, também o mostrou muitas vezes no MotoGP. Ele sempre perdeu o último passo para se tornar um campeão, mesmo na primeira classe. Aos 37 anos, ele parece ter preenchido algumas lacunas. A Ducati gosta e os números o coroam. Na pista catalã assinou o triunfo número 27 da sua carreira, mais um que o seu antecessor Doug Polen, o acrobático texano que dominou com a Ducati em 1991-92. Na temporada ele venceu 11 vezes, chegando ao pódio 21 vezes em 24 corridas. Líquido de dois incidentes (Donington sozinho e Magny Cours no contato altamente contestado com Jonathan Rea), a pior colocação foi a quarta na corrida de velocidade de Donington. Se continuar nesse ritmo, Toprak Razgtalioglu e Jonathan Rea só poderão se curvar.
“Eu venho há dois anos de um pesadelo”
“Nas duas temporadas anteriores competi com medo de cair em todas as curvas “ diz Bautista, sem citar a Honda. “Voltando à Ducati, fiz um reset completo. Esqueci de 2019 e tudo mais. Agora tenho uma mentalidade diferente, subo na moto para me divertir, para ir rápido com total controlo. A Ducati está me fornecendo um super pacote: a moto e a equipe são perfeitas. Durante a temporada subimos o nível, pequenas coisas, mas que em um Mundial tão disputado fazem uma grande diferença. Não tenho vingança a fazer, nenhum objetivo Mundial. Eu não penso nisso. Saio sempre para a pista para dar o meu melhor, sessão após sessão.” Álvaro Bautista é um piloto sereno: o seu estado mental ideal pode ser lido nos seus olhos azuis. Neste momento, vencê-lo é um grande problema, mesmo para dois mastins como Toprak e Rea.
“Nada muda em Portimão”
“Este foi um final de semana especial, vencer na frente dos meus amigos, parentes e um público muito grande foi ótimo. Acho que é um dos melhores finais de semana da minha carreira.“Rea e Toprak esperam-no à porta de Portimão: ambos voam nos altos e baixos do Algarve. Mas também Bautista com a Ducati nos venceu, no final da temporada de 2019, quando já havia comprometido o campeonato. “Sei muito bem que será mais difícil lá, mas não penso nisso. Agora vamos festejar por alguns dias, depois vou me concentrar. Mas apenas na primeira sessão de treinos de sexta-feira. Todo o resto virá depois.”
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