Um grande prêmio que deu errado foi o suficiente para desestabilizar o ambiente da Ferrari. A equipe de maior sucesso da história da F1 já acabou na mira dos críticos e muitos fãs pedem mudanças drásticas. Cabe a Frederic Vasseur suavizar as coisas e tomar as melhores decisões.
Uma novidade nos últimos dias é a demissão de David Sanchez, chefe de conceito do veículo que fazia parte da equipe desde outubro de 2012. Uma figura importante, sendo um dos “pais” do F1-75 e do SF-23. Suas funções serão assumidas por Diego Tondi, atual chefe de desenvolvimento aerodinâmico que ingressou em Maranello há 16 anos.
A despedida de Sanchez pode não ser a única. Nos últimos dias, surgiram rumores sobre a possibilidade de saída do diretor esportivo Laurent Mekies e do gerente de chassis Enrico Cardile. Este último (que chegou em 2005) é um engenheiro que desempenha um papel fundamental, sendo na verdade o diretor técnico da Ferrari. Isso seria um começo muito pesado. Por enquanto, ambos permanecem no local.
Ferrari e Vasseur comentam as partidas
Vasseur, entrevistado por Auto Hebdopara responder às despedidas de que tanto se fala: “É inevitável. Tem gente que era muito próxima do Binotto e prefere sair. Eu não estou preocupado. Imagino que houve outros que também temeram por seu futuro“.
O atual chefe de equipe está pronto para lidar com qualquer situação, ele sabia que sua tarefa não seria fácil. Com certeza ele não esperava tantas críticas após o primeiro GP: “estou tendo dificuldade em entender – ele admite – por que a equipe é um alvo depois de apenas um jogo. A correlação de dados entre a pista e o simulador é boa, estamos alinhados“. Ele está tranquilo, mas as expectativas em relação à Ferrari são sempre muito altas e não é preciso muito para gerar descontentamento entre os torcedores.
Clareza sobre seus poderes como chefe de equipe
Nos últimos dias, também surgiram rumores que questionavam o raio de ação de Vasseur, que não teria plenos poderes como os demais titulares da equipe. Ele também fez questão de esclarecer esse aspecto: “Eu não tenho problemas. Eu sei o que quero realizar e vou fazê-lo. Falo com John Elkann e Benedetto Vigna todos os dias, sei o que eles esperam de mim. Tenho meios e poder de decisão que nunca tive em outro lugar, essa é a realidade“.
O engenheiro francês não é, portanto, um chefe de equipe “enfraquecido”. O confronto com a alta direção da equipe de Maranello é constante e nele há máxima confiança. Para o fim de semana está marcado o segundo grande prêmio do calendário da F1 2023. Na Arábia Saudita, a Ferrari tentará resgatar a largada negativa no Bahrein. Uma nova asa traseira de pilão único deve ser montada no SF-23, já testado em Sakhir e que será reproposto com algumas modificações que o tornam menos flexível e mais eficiente.
Foto: Ferrari F1