Pense nisso por um momento. “Campeões na Praça²“, a noite extraordinária organizada pela Ducati na Piazza Maggiore em Bolonha para comemorar ter vencido tudo o que havia para vencer este ano entre MotoGP e Superbike, mas no fundo estamos a falar de uma corrida onde a Ducati não está presente. Não apenas isso: especificamente, uma corrida que a empresa não enfrenta oficialmente há 31 anos. Mérito (ou culpa: pontos de vista) de Francesco Bagnaia, que aproveitou para manifestar publicamente a vontade de querer correr, num futuro próximo, as 8 Horas de Suzuka precisamente com o Rosa de Borgo Panigale. Não é um mistério: não foi a primeira e não será a última vez que Pecco pôde aproveitar para expressar claramente sua vontade. No entanto, fazê-lo em uma noite comemorando os sucessos da Ducati nos dois principais campeonatos internacionais de motociclismo é uma espécie de espécie.
PECCO BAGNAIA EM SUZUKA: NÃO FALAMOS DE MAIS NADA
Este lançamento gerou uma caixa de ressonância significativa sobre o assunto. Veja-se o fato de que, para a grande maioria da imprensa, orealçar da noite foi realmente “Pecco Bagnaia quer correr em Suzuka com a Ducati“. Seja a imprensa nacional ou internacional (de Marca baixa), “Bagnaia em Suzuka” foi o título de abertura. Nem o frio, nem os atrasos no início da cerimônia ou a introdução solene de Luca Ward na versão Maximus Decimo Meridio. Motociclismo falando, não a excepcionalidade de encontrar os atuais campeões mundiais de MotoGP e Superbike no mesmo palco e durante a mesma noite. Ambos Ducatisti, além disso.
8 RAZÕES PARA CORRER AS 8 HORAS
O desejo de Pecco Bagnaia ao mesmo tempo acendeu os sonhos de muitos Ducatistas e/ou entusiastas, confirmando, digam o que disserem, que as 8 Horas de Suzuka continuam a ser uma corrida única até hoje. Especial. Os seguintes dados seriam suficientes no mundo todo (incluindo a Itália: você ficaria surpreso em conhecê-los..) do “corrida das corridas” para acertar em cheio quem, por motivos incompreensíveis, fala exclusivamente de MotoGP e no máximo Superbike. Se o Campeão do Mundo de MotoGP de 2022 estiver a falar disso, o primeiro italiano pós-Rossi e criador da primeira dupla totalmente italiana no trono da classe máxima há 40 anos, terá sempre algo a dizer.
1 – O DESEJO DE PECCO BAGNAIA
Uma aventura como essa vem com os clássicos prós e contras. Nesta circunstância, falaremos sobre os elementos a favor de dar vida a esta expedição Ducatista no mítico circuito da montanha-russa. In primis, ponto 1, só poderia ser o próprio desejo de Pecco. Ele demonstrou isso na noite chave dos sucessos da Ducati 2022, mas, como mencionado, não foi a primeira vez. Bagnaia sempre embalou o sonho de querer enfrentar as 8 horas, fascinado por correr numa das mais belas (ou das mais belas) pistas do planeta, num ambiente único, numa corrida lendária. Unir o seu nome com 100 outros Campeões Mundiais de todas as especialidades do motociclismo que correram as 8 horas e, sempre que possível, aparecer em uma lista de honra incluindo 19 Campeões Mundiais.
Deixando de lado os agradecimentos expressos em privado e aos responsáveis, Bagnaia falou do seu desejo já em dezembro de 2018 numa entrevista noticiada nestas páginas. Como novo Campeão do Mundo de Moto2 e novo MotoGP Ducatista, a pedido”E se a Ducati lhe pedisse para correr algumas corridas no Campeonato Mundial de Superbike?“, a resposta mais surpreendeu. “Extra-MotoGP em particular, gostaria de correr no Japão num futuro próximo, nas 8 horas de Suzuka. Uma corrida que sempre me fascinou pelo ambiente, por todos os contornos, mas não só. Gostaria muito de correr lá com a Ducati, mas no momento não estou participando do evento: no futuro, quem sabe…“. Você também perdoará um pouco de auto-referencialidade, mas este tópico foi discutido extensivamente durante anos no decorrer dos comentários do Campeonato Mundial de Endurance no Eurosport. Talvez em tom de brincadeira ou simplesmente para sonhar, mas com elementos de veracidade para sustentar essas falas.
2 – PELA HISTÓRIA
A segunda razão só pode ser “entrar na história“. Para o próprio Bagnaia, considerando que apenas um italiano venceu (e subiu ao pódio) nas 43 edições realizadas até agora. Escusado será dizer que vamos falar de Valentino Rossi e do seu memorável sucesso em 2001. Seria um feito inédito para a Ducati tendo em conta que, desde 1978, nenhuma moto europeia atingiu o top-3 na corrida monopolizada pelos 4 gigantes nipónicos. Basta dizer que o melhor resultado de uma Ducati (privada) nas 8 horas é um 10º lugar (!) e as anteriores experiências oficiais (a última datada de 1991) não foram propriamente cor-de-rosa. Para uma empresa que já ganhou várias vezes no MotoGP, Superbike, BSB, AMA, TT, Daytona 200, North West 200, Grande Prêmio de Macau e assim por diante, as 8 Horas de Suzuka ainda são um vazio que se choca em sua vitrine de sucessos.
3 – COM O V4 R A HORA É CERTA
Ponto (motivo) 3, como dizem os cronometragem é o certo. Se no passado recente Ducati e Endurance (apesar de Suzuka ser uma corrida de enduro atípica) não se davam exatamente, agora é o momento certo. A Panigale V4 R é uma moto que pode se sair bem na especialidade. Com os devidos cuidados, aproveitando a experiência adquirida até agora (com altos e baixos) no FIM EWC com a equipe ERC, o potencial não falta. Presencie um Bol d’Or 2022 (estamos falando de uma corrida de 24 horas..) quase vencida, desbotada a pouco mais de uma hora do final devido a um problema na campainha da embreagem. Tudo isso quando os outros 5 fabricantes representados oficialmente (Suzuki, Honda, Yamaha, Kawasaki, BMW) já haviam encontrado problemas ou até quebrado nas primeiras horas. O potencial está aí e o V4 R, no papel e com as devidas modificações/preparação, está em boa forma”Fábrica” também pode se defender muito bem em Suzuka.
4 – OS PILOTOS ESTÃO AQUI
A moto não falta, nem os pilotos. Para uma tripulação de três ases, a Ducati seria mimada pela escolha ao identificar dois nomes para complementar Pecco Bagnaia. O interessado falou de Álvaro Bautista, Michele Pirro propôs-se contextualmente durante a própria noite, mas opções não faltam na shortlist de pilotos contratados. Lorenzo Zanetti já expressou devidamente a sua vontade de correr com a Ducati em Suzuka. Tester-sin-dal-Day-1 da Panigale V4 R Superbike, atual piloto da ERC Ducati no Campeonato do Mundo de Endurance, em virtude da experiência de 2014 com a FCC TSR Honda (juntamente com Jonathan Rea e Kosuke Akiyoshi) figura ainda como o último italiano a ter corrido com uma equipa pretendida como “oficial” na Suzuki. Até o Danilo Petrucci, alguém que é forte em todos os lugares e de qualquer jeito, gostaria muito de encarar esse desafio.
5 – DESAFIO ÚNICO
Isso mesmo, um desafio único (ponto 5). Batalhe com as esquadras oficiais japonesas, por uma prova que faz parte do Campeonato do Mundo de Endurance, mas que historicamente “corrida de resistência” tem muito pouco. Na verdade, uma corrida de MotoGP de 8 horas, onde você tem que puxar do início ao fim, tentando ser o mais rápido possível nos pit stops da Fórmula 1. Um desafio esportivo, técnico e tecnológico. Goste ou não, a verdadeira elite dos derivados da série. Nesse sentido, recomenda-se a visão das últimas 8 horas de 2019…
6 – TE COMPLETA COMO PILOTO
Por esses (e são poucos) elementos, o “hachi taié um passeio que complementa você como motorista. Não apenas para um sucesso potencial para enriquecer seus palmares, mas também no perfil do motociclista versátil. Nas 8 horas descobres as particularidades deste desporto alheio às corridas de sprint de rotina, com o “trabalho em equipe” o que não é apenas uma maneira retórica de dizer, mas uma das razões de seu sucesso. Tudo deve funcionar no seu melhor, com o piloto a adquirir uma experiência de formação proverbial para ser importada também para os compromissos prioritários noutras realidades. Além disso, um desafio probatório no nível físico: você pode correr sob a inundação, mas como um “Corrida dos sonhos no meio do verão“, muitas vezes com o sol escaldante. Com mais de 30° (recorde em 1992 com 35,6° percebidos), uma taxa de umidade assustadora, consumindo 3000 calorias e perdendo de 3 a 5 quilos de peso durante a disputa.
7 – PECCO BAGNAIA COMPETINDO PELOS CÉTICOS
Um desafio para os pilotos, a ser vencido por Bagnaia mesmo contra aqueles que (de forma imprópria e inexplicável) por vezes questionaram o seu valor. Todos os mundos do motociclismo convergem em Suzuka: pilotos de MotoGP e Superbike, todos os especialistas do Japão e a própria corrida correm lá, ossos muito duros e assustadores para qualquer um. Hoje não será uma vitória como um título de MotoGP, mas tal desafio desmentiria até os últimos céticos. Porque, resumindo, você realmente acredita que um piloto como Bagnaia poderia ter dificuldade em se dar bem na pista da montanha-russa?
8 – REALIZAR SONHO DUCATISTA
Por último, mas não menos importante, razão para sim, uma aventura deste tipo excitaria ainda mais a Ducatisti. Poder dizer que luta e/ou bate as casas japonesas no “Elas” raça, seria motivo de orgulho. Basta pensar sobre o zumbido gerado nas redes sociais nos últimos dias após as palavras de Bagnaia. O Campeão do Mundo de MotoGP de 2022 com uma Ducati nas 8 Horas de Suzuka faria sonhar todos os amantes da Vermelha e todos, absolutamente todos, os entusiastas do motociclismo.