Pecco Bagnaia, Enea Bastianini, os engenheiros da Borgo Panigale estão forjando a nova Ducati Desmosedici GP23. Serão necessários mais alguns quilómetros na pista para voltar a brilhar, mas o teste de MotoGP em Sepang confirmou que a Ducati continua a ser a moto a bater. Novas configurações aerodinâmicas, uma nova especificação do motor, algumas soluções técnicas e de chassis… Mas não podemos descartar a possibilidade de nos dias 11-12 de Março em Portugal vermos alguns coelhos a brotar da cilindrada.
Trabalho da Ducati em andamento
A Ducati não precisou derrubar o projeto vencedor de 2022. O desenvolvimento certamente teve que avançar em pequenos passos, provavelmente a verdadeira novidade está no motor após os erros da pré-temporada anterior. Há um ano, Pecco Bagnaia foi forçado a escolher um V4 híbrido 2021-2022, enquanto a equipe Pramac adotou a especificação mais recente. Desta vez você rema em uma direção, mas há alguns detalhes a redefinir, principalmente o abastecimento de gás. Até domingo de manhã parecia um problema intransponível, na tarde do dia-3 o campeão de MotoGP encontrou o ajuste que precisava e também o sugeriu a Enea Bastianini. “O trabalho principal foi na eletrônica porque estávamos longe das soluções que gostávamos. Foi ótimo ter encontrado a praça antes de começar a chover“.
Feedback de Bagnaia e Bastianini
Ainda não é o “sonho” da Ducati que Enea e Pecco desejam. Nos próximos dois dias de testes de Irta, a Desmosedici GP23 precisa ser ainda mais refinada antes de dar uma pausa no campeonato. “A única coisa que falta é lidar – acrescentou o piloto de Chivasso -. Nesse quesito, a moto de 2022 era um pouco mais simples. Esta moto é mais agressiva e nervosa, mas podemos trabalhar nisso em Portimão, porque é uma pista onde a manobrabilidade é muito importante“. Há um bom entendimento com o novo companheiro de equipe, são pessoas inteligentes e sabem que a colaboração é essencial nesta fase de pré-temporada. “Os engenheiros foram muito rápidos, perceberam imediatamente qual era o ponto onde mais fazíamos diferença com a moto antiga e à tarde demos um grande passo. Com o desembolso ainda não estamos nos níveis do ano passado“, esclareceu a ‘Fera’.
Comentário do gerente da equipe
Os primeiros sorrisos nas boxes da Ducati, mas o chefe de equipa Davide Tardozzi ainda não pode estar satisfeito. “Classificação 6+. A competição é muito ativa em inovar, nossos adversários trabalharam muito – disse à Sky Sport MotoGP -. Fizemos um pequeno desenvolvimento da Ducati 2022, mas ainda estamos longe de ser felizes. Fizemos alguns progressos, ainda há algumas coisas que Pecco e Enea não gostam. Ainda temos um teste em Portimão e será lá que decidiremos a moto definitiva“.
Na véspera foi dito que voariam faíscas entre Bagnaia e Bastianini, mas até agora a harmonia reina suprema e há compreensão máxima. “Sobre a integração na equipe, o voto é 10, o Enea foi bom e o Pecco facilitou essa integração. Deste ponto de vista, estamos muito felizes – acrescentou Tardozzi -. Ainda há algo a desenvolver na moto, em Borgo Panigale os engenheiros sempre têm algo em suas gavetas, é algo que ainda me surpreende… Há algo que não gosto na aerodinâmica e vamos ver se podemos consertar isso Portimão“.
Corrida pelo título de MotoGP ’23
A Aprilia e a Yamaha parecem ter-se aproximado da Ducati, mas só os fins-de-semana de corrida poderão confirmar ou desmentir esta impressão. “A Aprilia confirma-se com o excelente trabalho feito na moto do ano passado, deram um grande salto em frente. Eles foram muito bons em refinar a moto de 2023, então parabéns a eles. A Yamaha tem um campeão mundial nos últimos dois anos, não há dúvidas. Com certeza eles conquistaram mais velocidade máxima e para isso é preciso mudar alguma coisa dentro do motor. Se apenas melhorou o desempenho do motor, ainda não se sabe – finalizou o chefe da equipe – ou criou outros problemas. E só eles sabem disso“.
Foto em Walter Magatti