As boas atuações de Franco Morbidelli na Argentina e o pódio de Fabio Quartararo em Austin representaram um flash na panela. A Yamaha continua com grandes dificuldades técnicas e o fim de semana numa pista potencialmente favorável como Jerez também foi complicado.
A empresa sediada em Iwata trabalhou muito para o novo campeonato de MotoGP, mas evidentemente não conseguiu fazê-lo corretamente. O desenvolvimento tomou o rumo errado e o M1 perdeu seus pontos fortes durante anos. Além disso, a competição tem trabalhado tão duro e melhor. Será necessário um esforço maior para colocar os pilotos em condições de serem competitivos, mas entretanto o objetivo da conquista do título está muito longe.
MotoGP, Jorge Lorenzo analisa situação da Yamaha
Jorge Lorenzo pilotou a Yamaha M1 por muitos anos e conquistou três títulos mundiais de MotoGP com ela. Junto com Valentino Rossi foi um dos melhores intérpretes do protótipo de Iwata, que hoje parece ser apenas um parente distante daquele que triunfou com eles na sela. A mudança mais nítida ocorreu desde 2020 e o título de 2021 tem muitos méritos de Quartararo, que conseguiu rodar além dos limites da sua moto e explorar algumas das suas qualidades que ainda estavam presentes na altura.
Lorenzo, entrevistado pelo site oficial do MotoGP, analisou a complicada situação da equipe de Iwata: “A Yamaha nunca teve o melhor motor. A configuração escolhida não é ideal para potência máxima. No entanto, ainda confere boas características à moto, como estabilidade e agilidade nas curvas. Nos últimos anos, eles perderam um pouco seus pontos fortes e não obtiveram o que precisavam em termos de potência e aceleração“.
Um arrependimento de não mantê-lo como testador?
O pentacampeão mundial destaca o quanto a competição melhorou: “Não estou dizendo que é uma moto terrível, mas não é competitiva o suficiente para brigar pelo título. Especialmente quando há um Pecco Bagnaia tão maduro e outros sete pilotos da Ducati, além de outros rivais como KTM e Aprilia que são muito fortes. Eles perderam seu caminho“.
Jorge também se referiu a 2020, ano em que foi piloto de testes da Yamaha e a experiência foi prejudicada pela emergência da Covid, terminando ao fim de apenas uma temporada: “Foi uma pena quando corri para eles como piloto de testes, porque conheço a M1 e poderia tê-los ajudado a encontrar o caminho certo para a evolução da moto. Mas agora eles têm um piloto diferente (Crutchlow, ed) e precisam encontrar o caminho certo para o futuro, como a Honda“.
Lorenzo gosta de Dani Pedrosa para a KTM
Segundo Lorenzo, focar nele como testador teria sido uma forma de trabalhar melhor o crescimento da M1. Tendo muita experiência com aquela moto, ele pode nos ajudar a ir na direção certa em termos de desenvolvimento.
Talvez ele pudesse ter sido para a Yamaha o que Dani Pedrosa é para a KTM. Depois de se aposentar e não ficar na Honda, o tricampeão mundial abraçou o projeto de MotoGP da empresa austríaca e com sua experiência deu um grande impulso ao crescimento da RC16. Também há uma mão nos resultados positivos da marca Mattighofen, não há dúvida. Jorge poderia ter feito o mesmo para a casa de Iwata? Nós nunca saberemos.
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