Depois de John Kocinski e Max Biaggi, Álvaro Bautista tornou-se no terceiro a conseguir vencer o Campeonato do Mundo de MotoGP e Superbike. Em 2022 entrou na curtíssimo lista, onde já poderia ter entrado três anos antes se não tivesse jogado fora um triunfo que parecia ser seu. Mas isso é passado agora. O presente diz que ele é a referência na categoria e que tem chances concretas de conquistar o bicampeonato mundial de SBK em 2023. Ele está dominando o atual campeonato.
Feliz Bautista em Superbike com a Ducati
Depois de uma longa militância no MotoGP, Bautista instalou-se muito bem no paddock das Superbike e lá permanecerá pelo menos até 2024. Vence e diverte-se, mas não quer ouvir falar de méritos que só podem ser atribuídos ao alto competitividade da sua Panigale V4 R: “Comparado com o que acontece no MotoGP – disse para La Vanguardia – aqui a única Ducati à frente é a minha. Os outros vão em momentos e ninguém pode lutar pela vitória. A chave no Superbike é a combinação moto-piloto-equipe. A Ducati vem do conceito de MotoGP e meu estilo de MotoGP se encaixa bem“.
Alvaro tem um estilo de pilotagem que combina perfeitamente com a Panigale e ele trouxe de volta de sua experiência anterior na classe alta: “No MotoGP você anda muito no gás -explicou- e para fazer curvas é preciso fazer drift, mas não exagere para não perder a aderência. Ao mesmo tempo, você deve tentar levantar a bicicleta o mais rápido possível. Este é o estilo que eu usei“. Subindo na Ducati, ele não precisou mudar muito em relação ao que fazia antes. A adaptação foi natural. Não surpreendentemente, em 2019, em sua estreia, ele venceu as onze primeiras corridas.
Voltar ao MotoGP? Não, apenas um teste
O atual campeão de SBK confirmou que fará um teste com o Desmosedici GP, mesmo que ainda não haja data marcada no calendário: “Pedi para fazer um teste como recompensa pelo título de 2022. Talvez façamos depois do GP da Catalunha. Se eu gostar, talvez eu peça um wild card… Voltar ao MotoGP? Eu não acredito. Se eu for um segundo mais rápido que Bagnaia no teste, talvez a Ducati considere isso. Mas eu não acho que isso vai acontecer“.
Bautista dá por encerrado o capítulo do MotoGP, encontra-se muito bem no campeonato derivado de fábrica e não olha para trás: “Em 2019 minha ideia era voltar, mas hoje não faz parte dos meus planos. Além disso, o campeonato de Superbike é confortável, tendo duas filhas pequenas. Há menos estresse, menos pressão. Se eles me pedissem para voltar, seria difícil dizer sim. Estou me divertindo em SBK“.
Por que Bautista não venceu na classe alta?
O piloto da Aruba Racing Ducati foi questionado sobre o porquê de não ter sucesso no MotoGP: “Senti falta de estar em uma equipe de ponta com uma moto competitiva – ele respondeu – e perseverança no trabalho árduo. Não pude mostrar tudo que sou capaz, poderia ter dado mais. Agora estou dando tudo de mim“.
Álvaro correu com uma moto de MotoGP um pouco diferente da recente: “Quando eu estava correndo em uma bicicleta satélite – diz – a diferença era maior do que hoje. Também caí no período de Rossi, Stoner, Lorenzo, Pedrosa, Márquez, Dovizioso… Em 2012 terminei em quinto e em 2013 em sexto com uma moto satélite. Com todos esses nomes na frente deles, de quem eles poderiam pegar uma bicicleta de fábrica e me dar? Agora o MotoGP está mais aberto, as motos satélite também ganham e já não há os mesmos nomes“.
Foto: Instagram @abautista19