A Ducati está a caminho do segundo título consecutivo de MotoGP com Francesco Bagnaia. Há já algum tempo que a Desmosedici GP tem vindo a revelar-se a moto mais competitiva do Campeonato do Mundo, graças ao engenho de Gigi Dall’Igna e aos grandes avanços no domínio da aerodinâmica. Tanto é que os rivais pressionam para limitar este setor, obviamente contra a opinião do fabricante de Borgo Panigale.
Tensões entre os fabricantes de MotoGP
Até ao final do ano, os fabricantes de MotoGP, Honda, Yamaha, Ducati, Aprilia e KTM deverão chegar a acordo sobre as orientações para os regulamentos técnicos para o período de cinco anos 2027-2031. Mas já está claro que será difícil alcançar a unanimidade nas áreas de aerodinâmica e dispositivos holeshot. “Um bom relacionamento no MSMA é impossível“, brincou Dall’Igna. Há algum tempo que a Ducati tem sido vista como um obstáculo quando se trata de introduzir inovações técnicas. Veja, por exemplo, a “colher” na roda traseira na temporada de 2019, então aprovada após recurso à FIM, ou o dispositivo holeshot dianteiro banido a partir de 2023.
O pedido da Ducati
As tensões nas reuniões da MSMA são inevitáveis, não será fácil encontrar um acordo comum. “Em algumas áreas concordamos. Mas será certamente impossível alcançar a unanimidade em todos os aspectos do novo regulamento técnico“, admitiu Gigi Dall’Igna ao Speedweek.com. Portanto a última palavra caberá a Carmelo Ezpeleta. “Podemos colocar algumas propostas em cima da mesa até ao final da temporada. Encontraremos uma decisão majoritária em algumas questões, mas no final a FIM e o Carmelo tomarão a decisão final“. Entre as propostas apresentadas pela Ducati está a de baixar a cilindrada do motor de 1000 para 850 cc. “Três marcos e meio a favor, um e meio contra“.
A fábrica que votou contra a proposta de 850 cc devido aos pesados investimentos em novos motores e componentes de alto desempenho foi a Aprilia. O gerente de corrida Massimo Rivola diz que a potência do motor pode ser reduzida com a obrigatoriedade do Biocombustível a partir de 2027. A tese da Ducati tem fundamento: “A velocidade máxima nos causará problemas no futuro se não fizermos nada, já é muito alta. Temos de ter em conta que as novas regras serão aplicadas até ao final de 2031, daqui a oito anos. Se ficarmos com 1000cc até lá e aumentarmos a velocidade todos os anos teremos problemas“.
Foto: Ducati Corse