O GP da Catalunha foi mais uma demonstração do quão a Honda está actualmente atrasada em relação às fábricas europeias envolvidas no MotoGP. Nos treinos livres de sexta-feira, os quatro pilotos da Honda terminaram na última posição da classificação, o que também não mudou muito na corrida. Apenas Marc Márquez conseguiu distinguir-se dos seus companheiros de marca ao conquistar o 11º lugar no sprint. Mas o futuro do campeão ainda é uma incógnita, apesar de continuar a reiterar que quer respeitar o contrato com a HRC até ao final de 2024.
Um teste crucial para Márquez em Misano
Em Montmelò, o oito vezes campeão mundial não conseguiu ultrapassar o 13º lugar e sofreu uma diferença de 21,616 segundos para o vencedor Aleix Espargaró (Aprilia). Já não é segredo que Márquez decidiu adotar uma estratégia mais prudente e conservadora. Com esta RC213V não é possível almejar o pódio mesmo ultrapassando o limite, o risco é cair e magoar-se novamente. Em Misano haverá um momento chave para Honda e Marc, certamente não para o fim de semana de corrida. As atenções estão focadas quase exclusivamente no teste de MotoGP de segunda-feira, agendado para o circuito do Adriático. “Teremos um teste crucial na segunda-feira. É o último teste da temporada atual antes de iniciar o sprint final. Será, portanto, importante aproveitar ao máximo este dia“.
Os pedidos de Marc Alla Honda
Quase ninguém pensa que haverá grandes novidades na box da Honda para o teste de Misano, mas Marc Márquez exige garantias técnicas e decisões importantes. Não apenas atualizações para sua Honda, mas também novos números de engenharia. A KTM conseguiu fazer incursões no mercado da Ducati, contratando várias figuras centrais como Fabiano Sterlacchini, Alberto Giribuola e Cristhian Pupulin. A Aprilia contratou Massimo Rivola que por sua vez introduziu novos cérebros para a evolução do RS-GP e os resultados foram imediatamente vistos em ambos os casos. Diz-se que a Casa da Asa Dourada está pensando em Gigi Dall’Igna para se recuperar da profunda crise, talvez com um maxi contrato irrenunciável, mas é difícil imaginá-lo deixando a Ducati no curto prazo.
Um selim suspenso na Gresini Racing
Parece lógico que Marc Márquez queira ter uma alternativa à Honda para 2024, quer decida ficar ou sair. A decisão definitiva só virá após o teste de Misano e a hipótese de uma mudança para Gresini permanece válida. Não porque seu irmão Alex já esteja lá, mas pode ser a única Ducati ainda livre. A extensão do contrato de Luca Marini para o VR46 e a mudança de Franco Morbidelli para a Pramac deveriam ser formalidades. Pelo menos dizem, porque quanto mais os dias passam, mais o que parecia óbvio (Morbidelli em Pramac) dá a impressão de voltar à discussão.
Tudo está em silêncio na sala dos fundos da equipe Gresini. Nem o diretor de marketing Carlo Merlini nem a gerente de equipe Nadia Padovani disseram uma palavra sobre isso nas últimas semanas. Cabe a eles decidir quem será o companheiro de equipe de Alex Márquez. “Depende da equipe Gresini quem contratar“, esclareceu o diretor esportivo Paolo Ciabatti. “Fazemos apenas recomendações, nada mais“.
Foto: Caixa Repsol