Em Pecco Bagnaia conseguiu um feito histórico no MotoGP que no biénio 2011-2012 não tinha conseguido pelo seu professor Valentino Rossi. Certamente era uma Ducati muito diferente da de hoje, mas segundo Paolo Ciabatti a passagem do Doutor na Caixa Vermelha “deixou muitas feridas”. O nove vezes campeão do mundo tinha decidido deixar a Yamaha, com quem tinha tramado demasiados maus humores por causa de Jorge Lorenzo, e tentar o maior desafio da sua carreira: vencer o Campeonato do Mundo com uma moto italiana. Mas os tempos ainda não estavam maduros…
Campeão Ducati MotoGP com Bagnaia
Pecco Bagnaia pôs fim a uma longa espera de 15 anos e que remonta à empreitada de 2007 de Casey Stoner. Após o GP de Valência terminou como líder da classificação com uma vantagem de 17 pontos sobre o atual campeão da Yamaha, Fabio Quartararo, que no início da temporada 2021 de MotoGP substituiu Valentino Rossi na box de fábrica. Uma encruzilhada de destinos com sabor improvável, por outro lado, por trás do triunfo do piloto piemontês no campeonato do mundo está também a mão de Valentino Rossi e sua VR46 Academy. Por um fio de cabelo o Doutor e Paolo Ciabatti, diretor esportivo que chegou à quadra emiliana em 2013, junto com Davide Tardozzi e Gigi Dall’Igna (no final do ano) não se encontraram nos boxes
O baque de Valentino Rossi na Ducati
Foi a era da aquisição pela Audi, que liquidou os proprietários anteriores da Investindustrial para colocar as mãos em uma excelência italiana que permaneceu assim. “A primeira mudança foi a despedida de Filippo Preziosi que decidiu sair depois de dois anos difíceis, de grande expectativa na parceria Valentino/Ducati que não trouxe os resultados desejados. Isso deixou muitas feridas na organização, em muitos níveis“. Ninguém imaginaria um baque semelhante com Valentino Rossi, nem mesmo o mesmo campeão de Tavullia, que rapidamente voltou para a garagem da Yamaha. Mas com ele deixaram vários gerentes e técnicos. “Quando as coisas dão errado e você está sob pressão da imprensa, de seus parceiros e patrocinadores… isso destrói a equipe e o grupo…“, explicou Ciabatti ao ‘Autosport’. “Então tivemos que deixar algumas pessoas irem no final de 2013”.
A nova era Ciabatti, Tardozzi, Dall’Igna
Fim da era Valentino Rossi – Filippo Preziosi, o projeto Ducati MotoGP definitivamente virou a página. No final de 2013 chega da Aprilia o engenheiro veneziano Gigi Dall’Igna, Andrea Dovizioso dará anos de despertar para a Desmosedici, chegando perto do título mundial três vezes, mas tendo que se render à Honda de Marc Márquez. “Era difícil encontrar pessoas que quisessem investir na Ducati“, continua o diretor esportivo Paolo Ciabatti. “Também foi difícil reconstruir alguma credibilidade e você só pode construí-la com resultados“. O Mundial de MotoGP já estava no ar desde o ano passado, com um final de campeonato incrível de Pecco Bagnaia. Em 2022, o objetivo foi finalmente alcançado. “Se olharmos para os últimos dez anos, não foi fácil chegar onde estamos”.
Foto: MotoGP.com