Alex Rins conseguiu expressar-se ao máximo na Suzuki, graças sobretudo ao ambiente familiar. Com a passagem para a Honda, não encontrou o mesmo ambiente na garagem e pesou muito na escolha da mudança de pintura para a próxima temporada de MotoGP. Vencedor do Grande Prêmio de Austin com a RC-V, sua experiência poderia ter sido muito útil na evolução da moto, mas a marca nipônica o colocou em segundo plano desde os primeiros lançamentos.
Alex Rins “excluído” da Honda
O piloto espanhol manteve-se fiel à Suzuki até à sua despedida do MotoGP no final de 2022. As circunstâncias do seu abandono chocaram até Alex Rins, que nunca imaginaria ter de encontrar outra equipa às pressas. Entre a Gresini Racing e a LCR Honda ele optou por esta última, confiante de que receberia tratamento de piloto de fábrica. Antes de ter que mudar de ideia e escolher outro construtor para continuar sua aventura profissional. É exatamente isso que falta à Honda, poder se sentir parte real do projeto. Na Yamaha juntar-se-á a Fabio Quartararo e poderá contar com o apoio de “fábrica”, mas a época do MotoGP ainda é longa e precisa de ser concluída da melhor forma possível.
Os anos felizes na Suzuki
Alex Rins nunca se sentiu parte integrante da família HRC, desde o início não digeriu a promoção de Joan Mir à equipa de fábrica. Apesar de vencer sua terceira corrida com o RC-V, a direção da Honda nunca lhe deu total confiança. Durante uma intervenção no podcast “Por Orejas’ não esconde os sentimentos depois de assinar com a marca Iwata e recorda os bons tempos passados na Suzuki. “Ter apenas duas motos e empregar boas pessoas foi a chave para fazer funcionar. Até porque Davide Brivio e depois Livio Suppo estavam na equipa, tínhamos pessoas com muita experiência e capacidade de pensar no futuro“.
Defeitos da Honda
Na Honda, obviamente, algo não está funcionando nos níveis mais altos, como confirmado pelos resultados dos últimos anos. “Não estou dizendo que Alberto Puig não seja uma pessoa muito previdente, pelo contrário“, Alex Rins continuou. “Mas talvez seja o fato de que [Suzuki] é uma empresa menor que a Honda. Pode haver mil fatores, a começar pelo fato de que eram apenas duas motos em vez de quatro“. Ao mesmo tempo, o facto de ter quatro protótipos em pista não parece trazer grandes vantagens. “As equipes são separadas. Não há reuniões com todos os quatro pilotos para discutir coisas juntos ou trocar ideias“.
Rins e a relação com a LCR
A relação com Marc Márquez nunca decolou, a do ex-companheiro de box Joan Mir quase inexistente. “A minha relação com o Marc, por exemplo, é a mesma do ano passado, quando estive na Suzuki. Se cruzarmos, dizemos adeus, mas isso é tudo. Claro, ele não esteve em muitas corridas, mas é a mesma coisa com Joan… Na Suzuki sempre nos encontramos para almoçar e jantar, mesmo que não nos víssemos diretamente nos boxes”. No caldeirão da Honda, o piloto reserva elogios especiais a Lúcio Cecchinello. “Um relacionamento que eu nunca tinha experimentado antes. Quando lhe disse que tinha uma oferta da Yamaha, ele respondeu que lamentaria muito se eu saísse, mas que era uma oportunidade única para mim. Eu tinha lágrimas nos meus olhos“.