Tal como em Portugal, Johann Zarco embaralhou as cartas nas últimas voltas. Para o francês da Pramac Ducati, em busca de algo mais depois de um Sprint complexo, eis mais uma incrível virada de livro nas rodadas finais do GP da Argentina. E não, na coletiva pós-jogo ele fez questão de esclarecer que não é uma tática deliberada. O fato é que na final, com o nível de aderência mais baixo, conseguiu colocar o turbo de volta e fazer mais uma super virada, conseguindo acertar tanto para Franco Morbidelli, que ficou tão longe do pódio, quanto para Alex Márquez . Pergunta-se o que poderia ter acontecido com Marco Bezzecchi hipoteticamente mais próximo… Nunca baixe o olhar com um Zarco desses!
Retorno ao pódio
Assistimos à grande recuperação em Portimão, no seco, mas aí Zarco só conseguiu subir ao 4º lugar. Desta vez repetiu o feito em pista molhada, fechando volta após volta a importante diferença acumulada na primeira parte da corrida, e forçou-se a voltar ao pódio, completando mais um hat-trick da Ducati. Especificamente, passando de 7º para 8º, sempre na luta por essas posições, para 2º na linha de chegada, quebrando o jejum que durava desde o GP da Alemanha de 2022. Vejamos a classificação geral: agora Johann Zarco ocupa o terceiro mundial posição no campeonato, atrás de Bezzecchi e Bagnaia, à frente de Alex Marquez. A demonstração por agora do poder avassalador da Ducati no MotoGP, não só com a equipa de fábrica mas também com todos os satélites. De fato, VR46, Pramac e Gresini foram os três protagonistas do pódio argentino.
“Todos tiveram um ritmo melhor”
“Na verdade, também estive muito concentrado na primeira parte da corrida, pensei que nestas condições o pódio fosse possível, ou talvez até a pensar na vitória.” Mais uma vez, porém, Zarco não conseguiu ser tão competitivo de imediato quanto gostaria. “Nas primeiras 8-9 voltas todos os outros tiveram um ritmo melhor do que eu. Tentei lutar, mas só consegui manter a posição, e os primeiros sete pilotos fugiram rapidamente”. admitiu o piloto da Pramac Ducati. Isso não significava que ele permanecia calmo, pelo contrário, ele tinha que trabalhar muito para manter essas posições, lutando incansavelmente com os adversários ao seu redor. Mais uma vez, porém, no meio da corrida a situação mudou. “Vi que eles tinham mais problemas de aderência traseira do que eu, enquanto meu ritmo melhorava. Então comecei a subir, mas era difícil pensar no pódio” declarou Johann Zarco. “Faltando 11 voltas, nem os vi, ainda era 7º, mas mantive o foco.”
Zarco enlouquece
Também sentimos falta de uma piada na coletiva de imprensa. “A certa altura li que era 5º, mas só via três à frente!” A referência é a Bezzecchi, que voou literalmente para longe e a quem Zarco não poupou muitos elogios. “Cedo ou tarde minha chance também chegará” ele então acrescentou, referindo-se à primeira vitória cobiçada da MotoGP. “Sabemos no que temos que trabalhar, é o mesmo problema no seco.” Mas por que toda essa diferença apenas no final da corrida? “Não faço de propósito, não sei dizer exatamente por quê” é a resposta de Zarco. “Quando há um bom nível de aderência todos conseguem encontrar o ritmo de imediato, mas eu sou mais limitado até baixar um pouco.” Mas conta a volta ao pódio, que vale muito para o piloto francês. Mais um passo importante neste início de época.
Crédito da foto: motogp.com