Nicola Carraro há um ano havia fechado seus sonhos em uma gaveta. Aos dezenove anos e com o diploma do ensino médio no bolso, ele decidiu deixar as corridas e construir um futuro no setor de engenharia. Hoje o jovem piloto de Pádua participa no Campeonato do Mundo de Moto3 com a QJMOTOR Avintia Racing, substituindo Matteo Bertelle, que estava parado devido a lesão. A vida é muitas vezes imprevisível e a realidade supera a imaginação.
“Comecei a correr quando criança – diz Nicola Carraro – e em 2012 ganhei o Campeonato Italiano de Minimoto. Corri então nas 125s e quando tinha 14 anos fui direto para as Moto3s. Em 2018 terminei em terceiro com a Mahindra no CIV e fiz vários curingas. Eu estava pensando em competir no Mundial em tempo integral, mas minhas esperanças desapareceram devido a problemas de orçamento. Fui então contratado pela TM com um contrato de três anos e… vamos esquecer”.
O que aconteceu?
“Foi um período muito ruim, cheio de altos e baixos, e não consegui expressar meu potencial. Depois de três anos assim decidi deixar as competições”.
Por que uma escolha tão drástica?
“Fiquei desmoralizado, o desejo passou e quase me convenci de que eu era o problema, não podendo ir rápido”.
Então a virada inesperada?
“Ainda havia quem acreditasse em mim. Fui chamado pela equipe We Race – SM POS Corse Beon. Fiz o CIV e ganhei 4 corridas. Além disso, competi no Campeonato Mundial Júnior e fui bem lá também. Eu apareci e quando a equipe Avintia precisou de um piloto para substituir uma Bertelle ferida, eles me chamaram. Praticamente parei enquanto estou no Mundial de hoje. Parece incrível”.
Está a liderar o Campeonato Italiano de Moto3, mas este fim-de-semana está em Aragão. Que efeito tem em você?
“Espero que chova em Mugello e que os perseguidores não consigam alcançá-lo. Se for possível, participarei da última rodada do CIV em Imola em outubro e tentarei conquistar o título”.
Já conhece a pista de Aragão?
“Sim, eu já tinha corrido lá no passado. Não correu tão bem, mas não é um circuito novo. Meu objetivo é trabalhar bem, ir rápido e ser notado”.
Perspectivas para o próximo ano?
“Espero participar no Campeonato do Mundo de Moto3 e defini-lo o mais rapidamente possível. Estamos trabalhando nisso, não é fácil porque a competição é alta, as equipes querem os melhores pilotos, mas não conheço muitas pistas, nunca andei lá, então não é como se eu chegasse e ganhasse corridas. Mas as perspectivas estão aí e espero conseguir”.
Já pensou no mundo das Superbikes nos últimos anos?
“O 300 e o 600 não me atraem. Eu tenho um 600 na garagem, eu uso para treinar e isso não me fascina tanto. Em vez disso, as Superbikes me intrigam, mesmo as do CIV, e eu ficaria curioso para tentar uma 1000 no futuro. Mas agora concentro-me na Moto3″.