O pior já passou, mas Marc Márquez ainda não parece estar em condições de tentar reconquistar o título de MotoGP. Se por um lado o braço direito finalmente está no lugar e não lhe dá mais problemas, por outro há uma Honda que ainda não é suficientemente competitiva.
Ele se sente pronto para lutar por pódios e vitórias, mas sua RC213V ainda não está pronta. Na HRC há muito trabalho a fazer para que ele aspire às primeiras posições. Muito esforço foi feito na nova moto nos últimos meses, mas os poucos dias de testes de pré-temporada não são suficientes para corrigir todos os aspectos.
MotoGP, Márquez sente-se recuperado fisicamente
Márquez, entrevistado por Corriere della Seramostra-se tranquilo apesar da consciência de não poder minar a Ducati e confirma estar fisicamente bem:”Não estamos perto do primeiro – ele afirma – mas é inútil obter sangue amargo. Melhor manter o foco. No entanto, vejo progresso. No inverno voltei aos meus níveis anteriores, agora falta o passo final: melhorar meu desempenho na corrida. Nos primeiros 4-5 veremos como sou competitivo. Ganhar o título? Difícil, mas esse é sempre o objetivo“.
Por falar na Ducati, só pode reconhecer que neste momento representa a referência na grelha de MotoGP: “Eles começaram a fazer um ótimo trabalho desde 2017 – comentários – e o título era apenas uma questão de tempo. Não só Bagnaia, mas as outras Ducati estão sempre no topo. É um alerta para outros construtores: aprenda, melhore, estude“.
Marquez e o medo da aposentadoria
Marc pôde reiterar que a ideia de se aposentar era algo real, quando as condições de seu braço direito eram precárias e não havia certezas para o futuro: “Sim, ainda me faz chorar pensar nisso. Eu havia falado sobre isso por um mês com meu pai e com meu amigo-assistente José. Era uma possibilidade. Mas sendo um atleta e uma pessoa ambiciosa, procurei uma última chance com a quarta operação“.
O sucesso da quarta cirurgia salvou a carreira do fenômeno Cervera. A partir de 2020, alguns erros foram cometidos, alguns dele também, e isso comprometeu seu futuro na MotoGP. Mas no final tudo correu bem e ele está fisicamente apto, agora cabe à Honda dar-lhe uma RC213V competitiva.
A relação com Valentino Rossi
Um tema recorrente é a relação com Valentino Rossi, agora destruída após os acontecimentos de 2015. Hoje é impensável que os dois façam as pazes. No entanto, Márquez não descarta poder voltar a falar com o Doutor um dia: “Nunca diga nunca. Não vai acontecer amanhã, mas talvez daqui a 20-30 anos quem sabe…“.
Marc também falou sobre o assunto na série “All In” no Amazon Prime Video. Ele tirou algumas pedrinhas dos sapatos ao contar sua versão completa dos fatos. O próprio Rossi havia sido convidado pelo diretor para fazer uma intervenção, mas houve uma recusa. Veremos se um dia a relação entre os dois mudará ou se tudo permanecerá inalterado. Ambos têm outras prioridades, sem dúvida.
Foto: Honda