O teste da IRTA em Misano reflete um pouco a tendência do campeonato de MotoGP, com Fabio Quartararo e Pecco Bagnaia liderando a classificação combinada. O piloto da equipa Lenovo Ducati termina 118 milésimos atrás do francês da Yamaha, marcando o seu melhor tempo na manhã de quarta-feira em 1m31″ 172. Tempos definitivamente baixos para um teste, mas a pista foi emborrachada a níveis sem precedentes, oferecendo uma aderência extra que não é útil para testar as últimas inovações.
Velocidade máxima e/ou agilidade
Pecco Bagnaia concluiu o segundo dia de testes oficiais às 12h45, logo após a sessão da manhã. Os dois dias de testes foram úteis para consertar sua segunda moto nos boxes, com a qual ele não conseguiu estabelecer a mesma sensação da primeira moto. Ele também começou a trabalhar em um novo chassi que ainda está em andamento e exigirá modificações e quilômetros na pista antes do projeto final. O objetivo é melhorar a velocidade nas curvas sem perder em outras áreas, depois dos grandes avanços feitos no ano passado. Os engenheiros do Borgo Panigale tiveram que sacrificar alguma velocidade máxima para ganhar algo em termos de agilidade e curvas.
Ducati e Yamaha em direções opostas
A Ducati está a trabalhar na direção oposta à da Yamaha, onde a prioridade absoluta, repetidamente marcada por Fabio Quartararo, é a velocidade máxima. “Estamos trabalhando ao contrário da Yamaha, eles precisam de potência e precisamos de mais velocidade nas curvas. Estamos focados nisso desde o início do ano e continuamos na mesma direção“, comentou Pecco Bagnaia no debriefing no final do teste de MotoGP. “A velocidade é importante, mas não é o principal. A Yamaha é melhor que nós em agilidade e estabilidade, talvez se aumentarem a potência percam um pouco em outras áreas. Focamos no quadro, por fora a Ducati pode parecer a moto perfeita, mas nas curvas a Yamaha é melhor. Mesmo se perdermos um pouco de velocidade, eu preferiria ter mais agilidade”.
Bagnaia e os cálculos para o título de MotoGP
Esta Desmosedici GP22 sofreu alguns problemas dentários no início da temporada, obrigando Pecco Bagnaia a sacrificar tempo nos treinos livres para reparar a moto. Uma situação que o fez perder não só tempo, mas também pontos nas primeiras corridas. A Ducati é hoje o protótipo mais invejado, mas há alguns aspectos que precisam ser melhorados. “Velocidade não é tudo, nossa moto ainda é difícil de pilotar e precisamos facilitar“, acrescentou o vice-campeão do mundo. Dentro de uma semana o campeonato de MotoGP vai passar para Aragão, um traçado que pode jogar a favor dos encarnados. Mas do seu lado, o líder francês tem uma vantagem de 30 pontos para gerenciar nas últimas seis corridas. “Se ele sempre ficar em segundo, eu deveria ganhar todas as corridas para ultrapassá-lo“.