A vida continua e o tempo passa tão rápido que nem percebemos que se passaram exatamente trinta anos desde o início da temporada de 1994. Uma temporada que começou com a primeira coroação de Michael Schumacher, passando por um final que continua até hoje. tóxico. No dia 27 de março daquele ano teve início uma temporada de Fórmula 1 que dificilmente os fãs esquecerão, começando com uma corrida verdadeiramente dominadora do piloto da Benetton e com os primeiros problemas de Ayrton Senna com sua Williams. Vamos reviver aquela corrida que hoje parece tão distante, mas que na realidade parece estar ao virar da esquina para todos nós.
GP do Brasil 1994: o início de uma nova temporada
Os holofotes em Interlagos naquele final de semana foram todos para Ayrton Senna e Williams, naquele que deveria ter sido o casamento perfeito. O piloto mais forte do mundo no atual campeão mundial de monolugares. A segunda força para muitos ainda era a McLaren, vice-campeã mundial que contou com os jovens Mika Hakkinen e Martin Brundle. A empresa britânica, porém, trocou os motores da Ford pelos da Peugeot. Os rumores também falavam de uma grande Benetton com seu B194 como uma possível surpresa. A equipe comandada por Flavio Briatore contou com o jovem Michael Schumacher, em sua quarta temporada na Fórmula 1.
A Ferrari estava atrás, mas queria vencer novamente. Em 1993 o Cavalo Empinado permanecia vazio de triunfos, algo precisava mudar. Os pilotos permaneceram os mesmos, com Jean Alesi e Gerhard Berger como porta-estandartes em vermelho. Houve um pequeno avanço com o 412T1B, tanto que veio uma vitória na temporada. Porém o foco estava em outra coisa, em Interlagos todos estavam ansiosos para ver a primeira aparição do brasileiro em um carro de Frank e curiosos para entender se esse jovem alemão era realmente tão forte. Damon Hill, o outro porta-estandarte da Williams, não queria continuar vivendo na sombra de seu companheiro de equipe como aconteceu com Alain Prost. Hill também buscava seu primeiro campeonato mundial, que chegaria em 1986.
Michael Schumacher triunfa em Interlagos
A qualificação de sábado recompensou Senna, que parou o cronômetro em seu circuito caseiro em 1m15s962. A primeira fila foi completada por Michael Schumacher. Atrás deles ficou o vazio, dado que em terceiro, Alesi tirou um segundo e quatro do campeão brasileiro e quase um segundo do piloto teutônico. Um incrível teste de força. A corrida começa e Ayrton larga perfeitamente, enquanto Michael quase falha na largada e é ultrapassado por Alesi. Na segunda volta Schumacher consegue ultrapassar Jean com facilidade. O piloto verde e dourado parece ter mais e segue em frente, mas antes da parada seu rival alemão fica embaixo dele e graças à valsa do pitstop ele o ultrapassa.
Agora é o piloto teutônico quem comanda a corrida, com Senna obrigado a persegui-lo. Enquanto isso, atrás, Hill consegue subir ao pódio e começa a avançar no vermelho de Alesi. Durante a 35ª volta ocorre um dos acidentes mais emblemáticos da Fórmula 1. Eric Bernard, que está prestes a ser rodado, move-se no seu Ligier, mas nem Eddie Ervine nem Jos Verstappen o notam porque estão a lutar entre si. No final, Jos é obrigado a alargar significativamente a sua trajectória e com a sua Benetton acaba na relva, o holandês tomba e segue-se uma carambola que atinge os três protagonistas. Bernard é atingido pelo volante do carro de Jos, mas felizmente ninguém fica ferido. Na volta 55, porém, Senna é obrigado a hastear a bandeira branca porque ao tentar alcançar Schumacher acaba girando com seu FW16. Michael Schumacher pode assim relaxar e chegar à meta em paz, ficando uma volta atrás de Hill e Alesi que completaram o pódio.
Há 30 anos começou a jornada de Michael Schumacher
O triunfo do campeão teutônico foi devidamente comemorado e já estava claro que a temporada poderia ser dele. Michael vencerá sequencialmente do Brasil a Monte Carlo para terminar em segundo na Espanha e vencer novamente no Canadá e na França. O GP da Bélgica em Spa-Francorchamps reabriu tudo, devido à desclassificação infligida ao alemão. Michael Schumacher veio lutar pelo título contra Damon Hill em Adelaide o que terminou com aquele contacto entre os dois que ainda hoje procura a verdade. O GP do Brasil, há 30 anos, também foi o último início de temporada de Senna e só poderia ser em casa. Há 30 anos o mundo era tão diferente, tanto que Ayrton era o mais querido e Schumacher o jovem ousado. O mundo gira e com ele as estações e os anos passam e o que estes fenómenos proporcionaram a nós amantes do motor nas pistas permanecerá para sempre. É por isso que, depois de trinta anos, só nos resta admiração por Senna e Schumacher.
FOTO: Fórmula 1 social