Quem entende de Superbikes suspeitava que baixar o limitador Ducati em 250 rpm não teria impedido Álvaro Bautista de dominar a cena como vem acontecendo há um ano. A corrida 1 confirmou as previsões, aliás a supremacia do pequeno espanhol foi ainda mais avassaladora do que se poderia esperar. Bautista é um homem só no comando: a Panigale V4 R é uma moto lady, mas tente tirar o número 1 da classificação e observe como seria a situação. Simplesmente, a Ducati não venceria, pelo menos não tanto. Yamaha e Kawasaki iriam jogar muito com os habituais Toprak Razgatlioglu e Jonathan Rea no pódio de Montmelò ao lado do rolo compressor de Madrid. Os dois ex-campeonatos conseguiram excelentes segundos. Já que Alvaro acaba de renovar com os Reds, os japoneses só precisam arregaçar as mangas, nada mais que um algoritmo regulatório…
Alvarito, grandes números
Para Álvaro Bautista é a quarta vitória consecutiva nesta pista. No ano passado ele dominou a corrida 1 e o Sprint partindo da quinta posição do grid, desta vez foi tudo em declive. Agora são 41 triunfos em 143 corridas disputadas, já nove nesta temporada. A este ritmo, o piloto da Ducati baterá facilmente o seu recorde “pessoal” de dezasseis triunfos num ano, alcançados em 2019 e 2022, novamente com a Panigale V4 R. Curiosidade: em Montmelò Bautista somou o melhor resultado da sua carreira no MotoGP, quinto lugar em 2010 com a Suzuki. Na ocasião, Jorge Lorenzo, Dani Pedrosa e Casey Stoner subiram ao pódio: nas Superbike, hoje, não existem monstros tão sagrados capazes de colocar sal no rabo.
Calafrios e braços levantados
O único problema do dia para Álvaro Bautista foi a dupla largada. Na quarta das vinte voltas, quando já havia ganho um segundo no total, Eric Granado voou na curva onze, ficando imóvel no chão. Ele então recuperou a consciência, mas foi hospitalizado em Barcelona para check-ups devido a um ferimento na cabeça. Após a parada, a corrida recomeçou nas 17 voltas restantes, mas nada mudou. De facto o delta entre Bautista e os humanos aumentou ainda mais: depois de quatro voltas teve mais de dois segundos, serão nove no final mas porque o Alvarito fez os últimos 2-300 metros a passo de caminhada, cruzando a meta com o seu braços levantados.
Guerra na família Ducati
Atrás dele no início, a batalha foi travada entre Michael Rinaldi, o piloto oficial da Ducati, e Axel Bassani, que como uma boa formiguinha de corrida aproveitou a situação para voltar do ventre do grid. O primeiro a acender o fusível foi Rinaldi, mas o contato forte não causou danos. A resposta de Bassani, por outro lado, é: Michael, esfolado, acabou deitado. Axel recebeu uma longa penalidade por volta, voltando à pista entre Locatelli e Aegerter. No entanto, o colapso dos pneus na final o relegou à sétima colocação. Desempenho incolor de Danilo Petrucci, décimo a mais de vinte segundos de Bautista. A impressão é que o piloto da Úmbria já aponta para o wild card com a Ducati oficial no MotoGP em Le Mans.