O regresso de Alvaro Bautista à Ducati foi um grande sucesso, os resultados falam por si. A escolha de voltar a ficar juntos provou ser o movimento correto para ambas as partes.
Já em 2019 vimos o quão competitivo o espanhol podia ser com a Panigale V4 R. A sua estreia no Mundial de Superbike foi um choque para todos, com aquelas onze vitórias consecutivas a representarem um recorde. Em seguida, houve um divórcio polêmico, a equipe Aruba Racing o substituiu por Scott Redding na esperança de chegar ao título de qualquer maneira e ele se mudou para a Honda com a confiança de que poderia vencer.
As coisas não correram como eles esperavam e dar a si mesmos uma segunda chance parecia quase natural em um ponto. Juntos, a magia reapareceu imediatamente. A combinação moto-piloto voltou a ser extraordinária e trouxe de volta a Bolonha um campeonato de pilotos SBK que faltava desde 2011.
Superbike, por que Bautista é tão rápido com a Ducati Panigale V4 R?
Bautista e a Panigale V4 R são uma combinação perfeita. O espanhol consegue tirar o máximo partido das qualidades da moto, que certamente não é perfeita mas que nas suas mãos parece ser. A leveza ajuda em algumas situações, mas não explica totalmente a enorme competitividade que consegue ter. A Ducati sempre defendeu o piloto das acusações de ser rápido apenas devido ao seu peso, mas isso ainda não foi suficiente para impedir que a FIM e a Dorna decidissem introduzir o famoso limite de peso piloto-moto a partir de 2024.
O diretor técnico da Ducati, Marco Zambenedetti, explicou como Bautista consegue fazer a diferença com a Panigale V4 R: “Como ele usa o torque do motor – disse ao site oficial do WorldSBK –, como consegue deslizar a moto ajudando-a nas curvas e como consegue acelerar nas saídas das curvas. Tudo isso faz a diferença“.
É uma questão de estilo de pilotagem, como o próprio Alvaro costumava afirmar. Chaz Davies, treinador dos pilotos da Ducati, também seguiu a mesma linha: “A moto é perfeita para ele. É difícil dizer onde isso faz a diferença. É muito forte em todos os aspectos. Ele freia tarde e forte, carrega muita velocidade nas curvas, segura bem a moto, sabe administrar os pneus e é um profissional fora de pista. No momento é muito difícil de bater. Mais pilotos pilotaram o V4, mas apenas um consegue fazer essas coisas. Faz um trabalho tão bom em encobrir os pontos fracos da moto que você não consegue vê-los“.
As características de Bautista e as da Ducati se casam perfeitamente. Veremos se 2023 será também um ano triunfal ou se os adversários conseguirão evitar um bis no Mundial de Superbike.
Foto: Aruba Racing Ducati