A Pirelli está fora do campeonato mundial de GP desde 1989, com Piefrancesco Chili vencendo no molhado em Misano com a Honda NSR500. Uma prova que ficou para a história pela deserção dos restantes pilotos de topo, por considerarem o asfalto demasiado escorregadio. Nesse mesmo ano, a gigante italiana apostou forte nas Superbike, conquistando o título Mundial na primeira tentativa com o californiano Fred Merkel e a Honda RC30, combinação agora remetida ao Mito. Algum tempo se passaria, temperado por numerosos triunfos no Supersport, antes que a Pirelli antecipasse a história inaugurando a revolução do fornecimento único.
Em 2004, parecia uma blasfêmia. Na verdade, o promotor de Superbike Maurizio Flammini arriscou a confiança dos fabricantes japoneses, que saíram em massa, deixando a Ducati dançar sozinha. Mas em vez disso funcionou: no espaço de alguns anos, os fabricantes japoneses recuaram e o mono-pneu tornou-se uma tendência também na F1 e no campeonato mundial de MotoGP. A Pirelli regressa como fornecedor único para a Moto3 e Moto2, substituindo a Dunlop que sai de cena no final desta temporada.
A aventura começa na segunda-feira, aqui está quem estará lá
O novo percurso abre na segunda-feira, 4 de setembro, um dia após o GP da Catalunha na pista de Montmelò. Todas as equipes das duas categorias estarão na pista. A lista de participantes ainda não é conhecida, mas será intrigante. Porque se espera que alguns corra com os pilotos regulares, enquanto algumas equipas irão antecipar os tempos correndo com os pilotos já contratados para o próximo ano. Ainda outras equipes convocaram testadores que preferencialmente tenham experiência com os Pirellis. A equipe Forward, por exemplo, terá Simone Corsi, líder do CIV Supersport, no palco neste final de semana em Mugello, e o turco Bahattin Sofuoglu, dono da MV Agusta no Mundial da mesma categoria.
Quantos testes estão agendados?
Os testes em Montmelò durarão apenas um dia, não poderia ser de outra forma já que à noite as equipes terão que desmontar tudo e correr para Misano para o GP do próximo fim de semana. No momento, Dorna e Irta não comunicaram à Pirelli outras janelas disponíveis. Certamente não haverá mais oportunidades antes da conclusão do Campeonato Mundial em Valência (26 de novembro). Portanto, a Pirelli terá muito pouco tempo e raras ocasiões para se preparar: no próximo ano começaremos no dia 10 de março no Catar.
Quais pneus Pirelli serão usados na Moto2?
A alocação prevista para o teste de segunda-feira já nos é conhecida. Para a Moto2, a Pirelli testará exatamente os mesmos pneus usados no Mundial de Superbike, nos seguintes tamanhos: dianteiro 125/70 e traseiro 200/65, ambos de 17 polegadas. Compostos: dianteiro SC1 (médio) e SC2 (duro), traseiro SC0 (macio) e SC1 (médio). Curiosidade: nesta prova os pilotos de Moto2 utilizarão pneus Pirelli normalmente existentes no mercado para atividades de trackday. Nas Superbike, na traseira, o supermacio SCX é o mais popular, em diversas configurações de composto e construção. Porém, as corridas de Moto2 são mais longas, e é compreensível que neste primeiro gosto recíproco o fabricante italiano prefira apostar em soluções ultra-testadas. Quantidades disponíveis por maquinista que podem ser utilizadas durante o dia: sete trens secos, três pluviais.
E para Moto3?
No entanto, no motor menor, a Pirelli introduzirá pneus fabricados especificamente. Tamanhos: dianteiro 100/70, traseiro 120/70, sempre 17 polegadas. Aqui foi planejado ser ainda mais conservador: médio (SC1) e difícil (SC2) estarão disponíveis para ambos os eixos.
Haverá horários disponíveis?
As equipes os terão, pois a Dorna deixará todo o sistema de revelações na pista, inclusive os tempos parciais. Mas não serão divulgados, pela razão óbvia de que o contrato com a Dunlop ainda está em vigor. O promotor do Campeonato do Mundo quer, portanto, evitar comparações diretas entre os dois concorrentes. Barcelona é uma pista extremamente dura para os pneus, por isso a escolha é estratégica: caso haja algum problema, a Pirelli terá as informações necessárias para intervir. Se, por outro lado, os pilotos e as equipas se sentirem confortáveis neste tremendo banco de testes, todo o resto se resolverá por si só.
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