Comprimidos de sabedoria. Alessio Velini, aos quarenta e três anos, realmente deixa as competições. A partir de 2023 ele não fará mais um campeonato inteiro, mas apenas algumas corridas pontuais. O piloto da Úmbria, conhecido por todos como Veleno, é um dos protagonistas do Supersport e Superbike há anos. Ultimamente participava no Troféu Nacional. No momento da despedida, ele refaz as etapas mais importantes de sua carreira com Corsedimoto e oferece algumas reflexões.
“Comecei minha carreira em 2000 – diz Alessio Velini – Participei do Troféu Esso que na época era um pouco parecido com o Nacional de hoje. Fui para as corridas com um R6, uma barraca de três por três metros e um mecânico, mas sempre na frente. Lutei para ganhar o campeonato e no final terminei em segundo, o primeiro segundo lugar de uma longa série. No mesmo ano fiz um wild card na 600 Sport Production e foram cerca de 90 inscritos, terminei em sexto e foi um resultado excelente. Depois fiz todo o campeonato de 600 SP e terminei em terceiro devido a uma queda na última corrida, senão teria vencido. Passei para o Europeu 600 Supersport com a Team Italia e fui vice-campeão europeu, depois Stock 1000, Superbike e novamente Supersport para depois terminar nos campeonatos nacionais”.
O que te resta destes anos?
“Algumas memórias bonitas como a minha primeira vitória no Campeonato da Europa, em Most. Foi a emoção mais linda de todas. Ainda me arrependo do título italiano do Supersport, que virou fumaça em 2009 contra Pirro. Eu estava na frente, estava na retaguarda e adeus ao campeonato. Quanto me rói, meu Deus, quanto me rói ainda hoje! Fiquei várias noites sem dormir por aquele zero em Mugello”.
Esse foi o único arrependimento?
“Não, houve outros também, mas o que mais me desagrada não é só sobre mim, mas sobre muitos pilotos, tanto ontem como agora. No motociclismo há um pouco de ignorância e às vezes falta paixão. Hoje você é um campeão e todo mundo está procurando por você, então em dois meses você é um burro e eles te colocam de lado. Ninguém da equipe se interessa pelo piloto, eles param para pensar, para refletir, para se perguntar por que alguém está indo mal ou bem. Os chefes de equipe com um passado como pilotos são mais sensíveis a isso, mas aqueles que nunca correram muitas vezes olham mais para o negócio do que para aqueles que usam capacetes. Se um menino que ganhou de repente no ano anterior não vai mais, há um motivo. Você precisa ter uma abordagem diferente com os pilotos, precisa de mais empatia”.
Com quem você se relacionou mais do que com os outros pilotos?
“Com Matteo Baiocco, mas depois mudei de categoria e nos perdemos de vista. Infelizmente nos encontramos menos e até as belas amizades tendem a diminuir um pouco. Também me dei muito com Gianluca Nannelli na época do Stock 1000 em que éramos praticamente companheiros de equipe, embora Alfonsi e eu tenhamos feito o Stock 1000 com o Team Italia e ele o Supersport com Lorenzini de Leoni. Bem, aqueles anos foram muito bonitos. Vanni Lorenzini tinha uma grande equipe, uma das melhores do paddock de Superbike”.
Depois?
“Infelizmente não tive oportunidade de competir com equipas à altura, principalmente em Superbike. Não estou afim de citar nomes, são águas passadas, mas meio que me arrependo de não ter competido com times competitivos, capazes de ambicionar resultados importantes”.
O que você está fazendo hoje?
“Trabalho no negócio da família, tenho a minha própria equipa e no próximo ano vou fazer algumas corridas de hobby mas daquelas que me inspiram, para andar de mota”.
Por que você decidiu deixar a competição agora?
“Até alguns anos atrás eu tinha o fogo dentro de mim e ainda me sentia muito rápido, mas aos quarenta e um anos percebi que não era mais o que era. Eu me tornei muito contador e menos despreocupado na pista. Durante o inverno vou me preparar como se tivesse que competir porque vou querer fazer as poucas corridas que faço da melhor forma”.