A temporada de Superbike de 2023 não começou como Tom Sykes e a Kawasaki Puccetti Racing Team sonhavam. Os resultados ficaram claramente abaixo das expectativas, principalmente devido a alguns problemas técnicos com a Ninja ZX-10RR. Muitas desistências e apenas um ponto, conquistado na Corrida 2 em Assen.
A equipa de Manuel Puccetti trabalhou arduamente para sair daquela situação complicada e talvez tenha sido em Assen que começou a encontrar o caminho certo. Agora a etapa de Barcelona está chegando e será um banco de testes muito importante para entender se os problemas da moto realmente foram resolvidos, fechando definitivamente um início de campeonato que não mostrava o real potencial do piloto e sua equipe. Depois, quinta-feira, 11 e sexta-feira, 12 de maio, haverá um teste em Misano Adriatico.
Sykes quer provar que ainda está no Mundial de Superbike
Quando o retorno de Sykes ao WorldSBK foi anunciado, alguns o criticaram, destacando sua idade avançada. Melhor apostar em um jovem? Nem sempre. Depois de algumas temporadas difíceis, a garagem da Kawasaki Puccetti Racing decidiu apostar num piloto experiente que já correu com a Ninja e que no papel pode dar algumas garantias em termos de resultados.
Se até agora faltaram resultados, não se pode dizer que Tom era o problema. Infelizmente, problemas técnicos o impediram e a equipe, determinada a demonstrar seu valor real a partir do Barcelona. O campeão mundial de Superbike 2013 faz questão de mostrar que ainda está a altura de um campeonato de nível importante e vai dar o seu melhor até ao fim. Certamente deve ser lembrado que a Ducati e a Yamaha têm algo mais do que Kawasaki. Mesmo que um campeão como Jonathan Rea tenha lutado com a equipe de fábrica, é normal que mesmo um piloto que pilote por uma equipe independente possa ter alguns problemas.
Manuel Puccetti comenta o início da temporada 2023
O Corsedimoto.com pediu a Manuel Puccetti para falar sobre as dificuldades encontradas até agora e o trabalho feito pela equipe para colocar Sykes em melhores condições.
Manuel, o que aconteceu no início do Campeonato Mundial de Superbike de 2023?
“Fizemos testes de inverno decentes, ficando cerca de 7 décimos atrás de Jonathan Rea. Então, na primeira rodada do campeonato, tivemos alguns problemas elétricos e eletrônicos que não resolvemos até sábado em Assen. Finalmente voltamos à pista e terminamos as duas corridas no domingo, ganhando também um ponto na Corrida 2. Em geral, este ano é mais complicado, porque o nível do campeonato subiu com a chegada de novos pilotos fortes. Além disso, a Ducati e a Yamaha deram um grande passo em frente“.
Como você interveio para resolver os problemas?
“Mudamos a fiação, unidade de controle, painel… Todas as partes eletrônicas e eletrônicas da moto. Trabalhamos muito e parece que conseguimos sair dessa. No entanto continuamos a trabalhar e na próxima semana estaremos em Misano para dois dias de testes em conjunto com outras equipas“.
Como a Kawasaki o apoiou durante esse período?
“Nos reunimos para entender os problemas que tínhamos e como intervir para resolvê-los“.
Que meta você traçou para o Barcelona?
“Agora temos que ficar permanentemente nos pontos e ver a bandeira quadriculada em todas as corridas. Este é o objetivo do Barcelona. Em Misano vamos tentar recuperar o tempo perdido na afinação e depois sermos mais competitivos nas corridas seguintes. Digamos que nossa temporada comece agora“.
Como Sykes está lidando com essa situação?
“Tom está vivendo tudo com o máximo profissionalismo, seriedade e comprometimento. Ele é o primeiro a trabalhar duro para resolver problemas. Temos muito respeito por ele. Seu potencial é maior do que está mostrando. Até agora ele não conseguiu extrair o máximo desempenho da moto, mas agora que corrigimos os problemas, esperamos que ele dê um passo à frente“.
Tom notou alguma diferença em relação à Kawasaki que ele pilotou pela última vez em 2018?
“Ele diz que o Ninja permaneceu praticamente o mesmo de antes. Este ano, a Kawasaki introduziu o VAI, um sistema com dutos de admissão de altura variável. Houve uma melhora na aceleração, mas a moto está parecida com a que ele deixou. Em vez disso, a Ducati e a Yamaha fizeram progressos significativos. Não recebemos nenhuma indicação da Kawasaki para o futuro, mas ver um campeão como Rea em dificuldade me preocupa um pouco“.
Foto: Kawasaki Puccetti Racing Team