O teste de Aragão não correu como a equipa Yamaha Motoxracing esperava. Na verdade, Bradley Ray só conseguiu rodar na tarde do segundo e último dia. Um problema com sua Yamaha R1 o impediu.
Mesmo que a moto de Iwata não seja algo completamente desconhecido, visto que ele conquistou o título BSB nela em 2022, a configuração no Mundial de Superbike é diferente e precisa se adaptar. Em particular, ele tem que se acostumar com a eletrônica. Ter dois dias limpos de trabalho teria sido o ideal. No entanto, antes da estreia em Assen, haverá mais um teste em Barcelona (30-31 de março) e será importante aproveitá-lo ao máximo.
Superbike, ponto de Sandro Carusi após a prova de Aragão
Pedimos a Sandro Carusi, chefe da equipa Yamaha Motoxracing, que nos contasse sobre este teste em Aragão e no futuro.
O que aconteceu com a bicicleta de Ray no primeiro dia?
“Depois de uma volta, houve um problema técnico que só conseguimos resolver na manhã de quinta-feira. Foi um problema no motor. Tínhamos um motor antigo que tinha sofrido a queda de Portimão. Nós o colocamos de volta no balcão e o usamos, não nos deu nenhum problema. Por sorte, houve um atraso na retirada do novo motor, por isso faltou quando precisávamos. Não tivemos sorte, algumas coisas logísticas não se encaixaram“.
Quais foram as sensações de Bradley após as voltas feitas?
“Antes de mais quero dizer que ele é um verdadeiro profissional, não criou qualquer tipo de pressão apesar de um problema com a moto num teste que tanto esperávamos. A princípio ainda apresentava vibrações estranhas na frente, depois analisando os dados entendemos que o problema era o uso que fazia do freio traseiro nas curvas. Foi isso que desencadeou aquelas vibrações que o incomodaram. Tudo isso se deve ao fato de ele não estar acostumado a dirigir com eletrônicos. A gente se confrontou, ele entendeu e aí conseguiu marcar um bom tempo também“.
Que horário de trabalho definiu para Aragão?
“Depois de Portimão analisamos bem todos os dados e fizemos um relatório detalhado também em conjunto com a Yamaha. Uma diferença motriz de sua parte havia surgido. Focámo-nos neste aspeto, ele precisa de adaptar um pouco o seu estilo e nós também precisamos de crescer como equipa adaptando-nos à nova moto“.
O de Barcelona será um teste muito importante.
“Em Barcelona teremos todos os novos componentes, então teremos a moto na configuração de 2023. Ainda não a tivemos. Motor, quadro, chassi e eletrônica estarão todos na versão 2023. Já entendemos qual caminho seguir e vamos continuar nessa direção. Tínhamos ido a Portimão só para deixar o Bradley testar uma mota com eletrónica“.
Que objetivo você estabeleceu para esta temporada de Superbike?
“Vendo a experiência adquirida no ano passado e o nível do grid elevado em 2023, poder terminar entre os 10 primeiros seria muito gratificante para nós. Esse é o objetivo, mas sabemos que ninguém vai dar nada“.
Qual é o apoio da Yamaha à equipa Motoxracing?
“Também estou ligado à Yamaha para outras atividades, sempre tivemos um excelente relacionamento. Com a S97 Racing sou revendedor de peças de reposição originais da Yamaha, sou seu distribuidor de motores no CIV no que diz respeito às categorias Moto3 e PreMoto3, sou o organizador do campeonato R7 na Itália. O apoio que nos estão a dar no Campeonato do Mundo de Superbike permite-nos ter o mesmo material que os outros. No papel, as equipes GRT e GMT94 têm a mesma moto que nós. No segundo ano, ter acesso a determinada informação e a determinado programa já é uma grande satisfação. Além disso, o Ray é um piloto Yamaha muito interessante e isso ajuda-nos“.
Depois das duas primeiras rodadas do campeonato, o que você acha da luta pelo título da SBK de 2023?
“Pelo que tenho visto, a Ducati cresceu e as outras não, aliás andaram para trás. Vejo a Ducati como super favorita e depois a Yamaha logo atrás“.
A corrida de sprint, que já foi introduzida no Superbike há anos, está fazendo sua estreia no MotoGP. O que você acha desse formato?
“A corrida de velocidade não significa nada para mim, é apenas um risco extra. Talvez seja útil na televisão, mas prefiro ter a Corrida 1 no sábado e a Corrida 2 no domingo sem a Superpole Race. Não critico ninguém, mas não é um formato que me exalta“.
Foto: Motoxracing