Todos nós temos algo que abriu nossas mentes sobre um determinado motorista, que nos levou a entender quem era essa pessoa em particular. Minha experiência pessoal diz respeito a um piloto de Fórmula 1. Quando eu era pequeno, meus pais tinham um acampamento e os turistas traziam uma TV com antena móvel. Um deles era apaixonado por motores. Quando este senhor me perguntou meu nome e eu respondi Riccardo, fiquei surpreso, porque ele não me comparou ao Rei Ricardo I (o Rei Coração de Leão), mas me comparou a Riccardo Patrese. Esse nome não me excitou muito instantaneamente. Gostava de motos e fiquei louco pelo Valentino Rossi. Com o tempo, porém, meu amor pelo automobilismo cresceu e esse nome voltou para mim. Então investiguei quem era esse Patrese e fiquei agradavelmente surpreso.
Riccardo Patrese foi um talento desde o início
Riccardo Patrese é um paduano que entendeu sua paixão desde criança. Aquele dos motores, que nos une a todos. A estreia foi no Karting, onde colecionou vitórias e títulos, antes de passar para a Fórmula 3 e a Fórmula 2. Os dois campeonatos preparatórios foram um a nível nacional e outro a nível continental e foram ambos vencidos pelo piloto italiano. Seu destino é a Fórmula 1, onde estreou em 1977 com a equipe Shadow. A seleção americana certamente não é uma equipe de primeira linha, mas Patrese conseguiu somar seu primeiro ponto no campeonato na última prova no Japão. No mesmo ano participou pela primeira vez no GP de Macau, competição disputada com carros de Fórmula 3, clássico que ainda hoje está em voga. Riccardo venceu na estreia e repetiu no ano seguinte.
O piloto do belo país mostra muito talento, mas na Fórmula 1 parece não ter muita sorte. Em 1978 mudou-se para a equipe Arrow, com a qual alcançou seu primeiro pódio na carreira na Suécia. O piloto italiano e a equipa inglesa continuarão a sua aventura até 1981, conseguindo juntos mais 4 pódios. Em 1982 mudou-se para Brabham, onde conquistou sua primeira vitória no campeonato. Riccardo Patrese alcançou sucesso no circuito de Montecarlo com o BT50 à frente de Didier Peroni e de outro italiano, Andrea De Cesaris. Patrese conquistou mais uma vitória com a casa do outro lado do Canal, no ano seguinte, na última corrida na África do Sul. Em 1984 foi para a Alfa Romeo e todos esperavam por algo grande, dada a combinação totalmente italiana. No entanto, as expectativas não foram atendidas com o 184T e o 185T: infelizmente para Riccardo, eles não foram monopostos de sucesso. Em 1986 ele retornou a Brabham, apenas para chegar ao ponto de virada em 15 de novembro de 1987.
Os anos dourados da Williams com 1992 terminando como vice-campeão
A Williams chegou à última rodada da temporada com Nigel Mansell lesionado. O leão inglês se machucou em Suzuka e Frank chamou Riccardo Patrese como substituto. A resposta era óbvia, mesmo ele correndo pela Brabham, já que estava prestes a disputar o GP da Austrália com a equipe campeã mundial. A corrida de Adelaide com o FW11B terminou em nono lugar, mas valeu o acordo ao nosso compatriota. Isso ocorreu porque o campeão mundial Nelson Piquet deixou a Williams para ingressar na Lotus. Os anos com o fabricante britânico continuaram a crescer, tanto que tanto em 1989 como em 1991 Patrese ficou em terceiro lugar no campeonato mundial. Em 1990, porém, a primeira vitória de Riccardo veio com a Williams e chegou a um circuito específico, o de Ímola.
Isto nos leva ao ano mais importante de sua carreira, 1992. Williams criou uma verdadeira joia. O FW14B era realmente o carro dos sonhos, tanto que venceu 10 corridas de 16 no total. O título nunca esteve em causa, graças ao domínio de Mansell, tanto na qualificação como na corrida. O inglês venceu 9 corridas naquele ano e Riccardo Patrese ficou muitas vezes atrás dele. Essa foi a temporada mais importante para o italiano, alcançando o pódio em 9 provas. Riccardo ficou em segundo lugar 6 vezes e em terceiro duas vezes. O último pódio é o mais doce, a penúltima corrida em Suzuka. Nigel larga melhor que ele no Japão mas na volta 36 tem problemas que o obrigam a abrandar, Patrese ultrapassa-o e segue para a vitória. A em solo japonês será a última vitória de Riccardo Patrese, que venceu 6 GPs de Fórmula 1 na carreira.
O destino que está ligado a Ayrton Senna
Sua carreira foi certamente positiva na Fórmula 1, que terminou em 1993, após um ano não tão bom na Benetton. O destino, porém, nos leva a lembrar de seu possível retorno ao topo do campeonato em 1994. Patrese começou a ter contatos com Frank a respeito de seu retorno à Williams para substituir Ayrton Senna. Riccardo, porém, declarou anos depois que não tinha vontade, dizendo que é muito fatalista e ter visto morrer o maior piloto da história, o fez entender que isso poderia acontecer com qualquer um. Hoje que escrevo este artigo é 17 de abril de 2024, o que significa que é o aniversário de Riccardo Patrese que, para ser mais preciso, completa exatamente 70 anos. Segundo ele, o único verdadeiro arrependimento é nunca ter usado vermelho. Todo italiano sonha em dirigir pela Ferrari, mas isso não pode diminuir sua grandeza. Seus 6 sucessos no campeonato principal fazem dele o segundo mais bem sucedido em termos de número de GPs vencidos por um piloto italiano, já que está atrás apenas do lendário Alberto Ascari com 13 sucessos.
FOTO: Fórmula 1 social