O futuro de Danilo Petrucci parece estar sendo definido. O piloto de Terni está há semanas em conversações com a equipa Barni, satélite da Ducati, e parece que nas últimas horas as partes chegaram a um acordo de princípio. Surge a pergunta: a marca italiana dará luz verde?
A equipa de Marco Barnabò vem de temporadas decepcionantes, com a Ducati Panigale V4 R não conseguiu alcançar os resultados que tinha chegado com as bicilíndricas. Em 2018, o último ano com o gêmeo, a Barni Racing foi premiada como a melhor equipe independente e Xavi Fores como o melhor piloto independente. Então as coisas não correram bem. De Marco Melandri a Tito Rabat, a equipe de Bergamo enfrentou mais de uma decepção. No início de 2022 havia apostado no lançamento de Luca Bernardi, jovem estreante na classe alta. A operação foi abortada após apenas dez rodadas, com a promessa de San Marinese sendo descartada na corrida.
A escolha de Petrux esconde muitas armadilhas, mas Marco Bernabò, dono da equipe de Bergamo, precisa de um nome que agrade aos patrocinadores e possa devolver prestígio a todo o projeto. Não há nada melhor do que Danilo no mercado hoje.
Ducati “deslocada” por Petrucci?
A decisão sobre o seu futuro cabe a Petrucci, mas a Ducati deu uma indicação clara há pouco tempo. O diretor esportivo Paolo Ciabatti disse que o piloto ainda atua no MotoAmerica Superbike e não no Mundial. Neste último campeonato, o construtor de Borgo Panigale já conta com Alvaro Bautista, Michael Ruben Rinaldi e Axel Bassani a apontar às vitórias e aos pódios. Ao contrário, nos Estados Unidos não haveria substituto para Danilo almejar a vitória.
A Ducati e o jovem de 32 anos da Úmbria têm uma boa relação, mas a decisão de se mudar para as SBK complica os planos da Ducati e pode gerar descontentamento. Em Borgo Panigale, eles estão muito interessados no mercado americano e a presença de Petrucci na MotoAmerica é muito importante. Em seu primeiro ano no campeonato chegou perto do título e em 2023, com mais experiência e mais suporte técnico, talvez consiga vencer a dupla Gagne-Yamaha. Ciabatti também foi mais claro ao afirmar que na MotoAmérica Petrucci ganharia mais, pois a Ducati pagaria tudo.
Petrux, que apoia no WorldSBK?
Aterrissando na equipe Barni, é improvável que Petrux pode contar com tratamento técnico privilegiado. A Ducati tem sua própria equipe de referência (Aruba Racing) de volta de um triunfal título de ’22: pilotos’ com Alvaro Bautista, construtores e equipe. Se possível, na Superbike a situação é ainda mais complicada do que na MotoGP. Porque aqui a equipe oficial é propriedade de Stefano Cecconi, CEO da Aruba, que não é um patrocinador qualquer, mas um parceiro estratégico da empresa. Se Petrucci começar a vencer, toda a infraestrutura derivada da fábrica da Ducati pode falhar. É mais fácil encontrar equipes satélites dispostas a comprar bicicletas e assistência, como Motocorsa, Go Eleven e Barni, do que uma multinacional que investe vários milhões por ano desde 2015 apoiando o esforço da “fábrica”.
Petrucci, portanto, corre o risco de se tornar um problema na Superbike em vez de uma oportunidade. Para o Mundial, entendido como um “movimento” (promotores, entusiastas, mídia, TV) ter o Danilo na largada seria maravilhoso, pois é um piloto que é querido (até no exterior) pelo carisma e caráter. Do ponto de vista da mídia, poderia facilmente ofuscar Bautista, Rinaldi e Bassani. Basta ver como ele conseguiu trazer a MotoAmerica, até então ignorada por quase todos, para a atenção geral. Mas também por esse motivo, ou talvez acima de tudo, a operação de Barni corre o risco de se tornar uma complicação para as estratégias da Ducati.
Foto: Instagram @hsbkracing