Faltava um pódio para engrandecer ainda mais sua bela temporada de estreia. Diogo Moreira encerrou 2022 como o melhor estreante do ano, à frente de Daniel Holgado por 9 pontos e David Muñoz por 19 distâncias. O jovem brasileiro, desde logo indicado por Maverick Vinales como piloto a ter em atenção, já conseguiu escrever alguns pedaços da história do seu país, seguindo as pisadas do seu mentor, um tal de Alex Barros… com a MT Helmets-MSi, que não pensou muito nisso antes de se armar também para o campeonato de Moto3 de 2023. Onde pode chegar? Entretanto, vejamos onde já chegou, recordando também os seus antecessores.
Moreira, que estação linda!
Não é o primeiro piloto brasileiro que encontramos na categoria ‘jovem’ da Moto3 (antes dele lembramos de Eric Granado), mas com certeza é quem se saiu melhor. Um sexto lugar na corrida inaugural no Qatar já é um feito notável, mas foi apenas o início para Diogo Moreira. Mais tarde, também contamos alguns zeros, além de uma lesão na mão esquerda após um desastroso acidente em Mugello (quando ele estava na área do pódio). Um problema que o condiciona claramente a alguns GPs, mas depois da corrida de Assen, à exceção do 15º lugar em Aragão, terminará constantemente nos dez primeiros. O melhor resultado do seu primeiro ano na Moto3 é o 5º lugar na penúltima jornada de 2022 na Malásia, mas não podemos esquecer também a histórica pole position conquistada em Silverstone. Mesmo que tenha chegado perto em várias ocasiões, o pódio não chegou, ao contrário de seus rivais diretos Holgado e Muñoz, mas parece apenas uma questão de tempo.
Nos passos de Barros
O lendário paulista ainda é o melhor brasileiro do mundial (7 vitórias, 32 pódios no total, 5 poles), mas o jovem Moreira tenta fazer ainda mais. Em parte, ele já conseguiu: vamos falar antes de mais nada sobre a pole position que chegou ao seu 12º GP mundial. Além de ser o primeiro brasileiro a fazê-lo nas 125cc/Moto3, também passou a perna no ilustre compatriota na hora. O primeiro pólo de Alex Barros não veio tão cedo: temos que ir para a temporada de 500cc de 2000, GP em Mugello, uma infeliz ‘primeira vez’ desde que terminou a corrida com uma desistência. Mas a estreia na então categoria rainha tinha acontecido 10 anos antes, no total, aliás, são 14 anos desde a estreia absoluta no Mundial! Os tempos são um pouco mais curtos para o primeiro pódio: temporada de 500cc de 1992, Barros e seu Cagiva sobem ao 3º degrau. Vamos ver se o Moreira consegue fazer melhor também…
O começo da história
O primeiro brasileiro no mundial foi Adu Celso, nascido Eduardo Celso Santos (1945-2005), que obteve resultados excepcionais. Três corridas nas 250cc, 11 nas 350cc e uma nas 500cc entre 1972 e 1975 para um piloto capaz de fazer história não só com a sua presença. No GP da Suécia de 73 obteve o seu primeiro pódio nas 250cc, no mesmo ano triunfou no GP de Espanha nas 350cc! O seu 3º e último pódio virá no GP da Áustria de 1975 nas 350cc. há então Marco Greco, o paulista de 58 anos, que de 1979 a 1986 também registrou vários extras no Mundial (nunca nos pontos), antes de passar para os carros. Estreou-se na Venezuela nas 350cc em 1979, entre 1980 e 1986 disputou 19 GPs ao todo, sendo o 16º lugar no GP da África do Sul de 83 o seu melhor resultado geral.
O mais recente
Também adicionamos à lista de motociclistas mundiais César BarrosO irmão mais novo de Alex. Entre 1997 e 1999 foi wild card nas 125cc nos seus GPs caseiros, excepto em 1998 na Argentina. Em 2000 disputou mais um wild card mas nas 250cc, enquanto em 2001 fez o seu único campeonato do mundo completo: nunca marcou pontos. O último da lista é Eric Granado, atualmente ativo na Copa do Mundo de MotoE, a partir do próximo ano o atual Campeonato do Mundo. Anteriormente, porém, o encontramos por cerca de metade da temporada de 2012 na Moto2, no período de dois anos 2013-2014, em vez disso, ele está na Moto3 (dois pontos de colocação). Em 2017 disputou um wild card na classe intermediária, categoria da qual voltará a largar no ano seguinte: nunca marca pontos, é substituído no meio do ano. Ele está na MotoE desde 2019: até agora soma 10 vitórias, mais quatro pódios e o vice-campeonato neste 2022.
Jonathan Rea a esplêndida biografia: “In Testa” disponível na Amazon
Crédito da foto: motogp.com