Marc Márquez entendeu desde o início do Mundial de MotoGP de 22 que não teria chance de lutar pelo título. Após as férias de verão, as críticas à Honda de Pol Espargarò, Alex Marquez e Taka Nakagami intensificaram-se, até Stefan Bradl não foi superado. O menor denominador comum é o mesmo: com esta RC213V não será possível aspirar ao título mundial. Se a HRC não mudar sua abordagem, será difícil derrubar o domínio europeu…
Marc Márquez lança um SOS
Aos 30 anos, Marc Márquez ainda tem alguns anos para poder jogar contra a jovem e acirrada competição. Ele quer uma moto vencedora, senão pode decidir encerrar a carreira com outra marca. Depois do teste de Valência não ficou nada satisfeito com o trabalho dos engenheiros nipónicos, mas espera a próxima sessão em Sepang para tirar as primeiras conclusões. Antes da lesão em Jerez 2020, o campeão de Cervera poderia preencher qualquer lacuna técnica com seu estilo de pilotagem. Depois de quatro intervenções chegou a fazer pedidos muito concretos à Honda, por outro lado contra oito Ducati Desmosedici não é fácil apontar constantemente para o pódio.
Stefan Bradl substituiu Marc Márquez em sete Grandes Prêmios na temporada de 2022. Ele conhece bem o piloto regular da Honda, sua equipe técnica com quem trabalhou, o ambiente da HRC e o ar que respira. “Marc não pode explorar seus pontos fortes na moto atual como antes. Ele sempre tem que trabalhar com muito risco“, disse o piloto de testes alemão ao Speedweek.com. “Ele percebe que nunca conseguirá manter o risco tão alto a longo prazo. Tem que reduzir mais e confiar mais na moto“. Depois de dominar amplamente de 2013 a 2019 (exceto em 2015), ele tem a palavra para fazer exigências precisas à empresa Golden Wing. Muitos campeões falharam na RC213V, como Pedrosa, Lorenzo, Alex Marquez e finalmente Pol Espargarò.
Honda em busca do título da MotoGP
As colisões sempre fizeram parte desta moto. Os pilotos da Honda colecionaram muitos e Marc Márquez quase viveu com isso. “Acidentes sempre fizeram parte de sua abordagem“, lembrou Stefan Bradl. “Mas ele não está ficando mais jovem“. Agora que o braço direito já não é o mesmo, que o problema da diplopia será sempre um risco constante e a idade começa a fazer-se sentir, as quedas são um risco a evitar ao mínimo. Além disso, a classificação está se tornando essencial para vencer uma corrida, largar da terceira fila quase impede o assalto ao degrau mais alto do pódio. Sem esquecer que”a competição tornou-se significativamente mais forte“.
Não se trata de pequenos truques técnicos para alcançar seus adversários, mas de fazer grandes investimentos, principalmente em aerodinâmica. A equipa dirigida por Alberto Puig tentou copiar algumas soluções da Ducati e da Aprilia, mas Márquez não parecia particularmente satisfeito depois da última saída em Cheste. “A Ducati mostrou coragem porque fazia constantes mudanças nos dispositivos e na aerodinâmica. A Yamaha também ficou um pouco para trás. A Honda nunca esteve na vanguarda de tanta experimentação como a Ducati tem feito nos últimos anos… Falta à Honda alguma coragem para experimentar“.
Foto: MotoGP.com