Nas cinco primeiras corridas, a Yamaha só conseguiu um pódio no Texas com Fabio Quartararo. Nos testes de inverno, a M1 parecia ter dado um salto significativo face à época anterior do MotoGP, com um motor que registava picos de velocidade máxima quase iguais aos da Ducati Desmosedici. Algumas saídas neste campeonato foram suficientes para perceber que com esta moto será impossível ambicionar o título de 2023, e o descontentamento do campeão francês irá inevitavelmente aumentar.
O mau momento da Yamaha
O motor de quatro cilindros em linha não oferece o desempenho desejado pelos pilotos, por isso devem ser usadas asas menores do que as dos fabricantes rivais. Como resultado, há uma falta de downforce que causa problemas de desempenho, tanto em voltas rápidas quanto em ritmo de corrida. Fabio Quartararo fala de uma Yamaha M1 “muito agressiva”, quase certamente por causa do motor, lutando para manter a moto na linha ideal. A velocidade nas curvas era um dos pontos fortes dos protótipos de Iwata, mas já não o era há alguns anos. “Perdemos as vantagens que tínhamos e a concorrência melhorou mais do que nós“.
Os problemas com o motor do M1
O CEO Lin Jarvis admite as dificuldades no “back office” da equipa, os engenheiros estão a trabalhar para encontrar soluções que neste momento estão escondidas. Os frutos do trabalho do engenheiro Luca Marmorini e sua equipe só serão vistos a partir do próximo campeonato de MotoGP. Desde 2020, a Yamaha tem encontrado muitas dificuldades na construção dos motores, como por exemplo o problema nas válvulas, que custou 50 pontos de penalização no campeonato de construtores. “Para 2021, não avançamos muito nas especificações do motor, mas pelo menos conseguimos corrigir os problemas das válvulas e trazer a confiabilidade de volta aos fabricantes“, explicou o manager britânico ao Speedweek.com. As restrições da Covid levaram ao congelamento do motor de 2021, sem possibilidade de intervenção.
MotoGP em contraste com o passado
Problemas de confiabilidade surgiram em 2022 e a fabricante japonesa homologou uma especificação “sem riscos”, mas com desempenho semelhante à edição anterior. No último inverno concentraram as suas atenções nos quatro em linha com progressos indiscutíveis, embora focados na única área técnica. “Ao nos concentrarmos completamente no motor, não gastamos tempo suficiente melhorando o chassi e a aerodinâmica. Resolvemos um problema, mas ficamos para trás em outras áreas“. O fato de as marcas europeias terem melhorado mais rápido do que as japonesas nos últimos dois ou três anos também é sublinhado pela classificação dos fabricantes. A Ducati lidera, seguida da KTM e da Aprilia. Basicamente Honda e Yamaha.
Foto: MotoGP.com