Joan Mir gosta de pilotar sua nova Honda RC213V, embora reconheça que ainda há muito trabalho a ser feito para alcançar a Ducati. 17º no primeiro dia de testes de MotoGP em Sepang em 1m59″8. No segundo dia a chuva abrandou o trabalho e o maiorquino completou apenas 36 voltas, registando o registo de 1m59,632s, quando a pista ainda não estava totalmente seca. No último dia fez o seu melhor tempo em 1m58″784, o que lhe valeu o 12º lugar no combinado.
As boas sensações de Joan Mir
Três dias positivos para se familiarizar com a moto do Asa de Ouro, mas Joan Mir já sabe que não vai ser uma época fácil de MotoGP. “Pude aprender muito, pilotar mais no estilo que a Honda exige e gosto de pilotar assim“, sublinhou o ex Suzuki. Mas continua longe dos tempos dos melhores pilotos, começando pelas Ducatis, com Luca Marini a reduzi-lo a quase nove décimos. “É bom ser tão competitivo, tendo rodado com a moto apenas três ou quatro dias, mas ainda estamos muito longe, especialmente da Ducati e da Aprilia“. O ambiente na box da Repsol Honda é bom, a chegada do director técnico Ken Kawauchi é certamente um ponto a seu favor depois dos anos passados na Suzuki. Grande apoio dos engenheiros nas boxes, mesmo que a maior parte do trabalho inicial seja confiada a Marc Marquez, que conhece a RC213V melhor do que ninguém.
Os pontos fracos do RC-V
Joan Mir focou-se sobretudo na comparação de dois chassis, para Portimão já tem ideias claras sobre qual deles adotar. Ainda sobre os pontos a serem absolutamente aprimorados: “Perdemos muito em aceleração e é nisso que precisamos focar“. Ainda precisamos do equilíbrio certo entre potência e aerodinâmica, não é por acaso que a Honda já fez algumas voltas sem asas. “A verdade é que falta tração e ficamos atrás, principalmente na volta rápida“. O próximo teste de MotoGP será crucial para a homologação do pacote motor e aerodinâmico tendo em vista o arranque do campeonato, bem como para o estudo dos detalhes finais de afinação e para a continuação da aprendizagem pessoal. “É a eletrônica, mas também a aerodinâmica que desempenha um papel importante aqui. Porque se você tiver mais downforce, você pode trazer mais potência do motor para o chão… Com a Honda é importante ter uma frenagem e curvas perfeitas, que também é o ponto forte de Márquez“.
Sem cruzamento com Marquez
Marc Marquez e Joan Mir compartilharam dados, mas nenhuma colaboração particular na pista. Por outro lado, o oito vezes campeão teve programas bem diferentes na prova da Malásia, coletando uma grande quantidade de dados para os técnicos. “Nunca conheci Joan na pista, não conheço suas sensações – disse o motorista de Cervera -. Mas pelo que vimos na telemetria dá para ver que ele é um piloto talentoso e rápido. Ele é campeão mundial de MotoGP, então será um rival difícil e companheiro de equipe. Isso é bom porque também eleva a fasquia dentro da caixa“.
Foto: MotoGP.com