A Ducati cola o segundo selo do mundo no quadro de avisos e agora está com água na boca. Na próxima temporada de MotoGP terá os dois pilotos mais bem sucedidos de 2021 na pista, com Pecco Bagnaia (7) e Enea Bastinaini (4) que juntos somaram 11 vitórias. Para alimentar os sonhos da empresa italiana e dos fãs, uma Desmosedici GP que cavou uma boa lacuna técnica em seus rivais Honda, Yamaha, Aprilia e KTM. Do seu lado, a Ducati ainda terá um grande grupo de oito motos divididas em quatro equipes. A única alteração no alinhamento diz respeito à entrada de Alex Márquez na Gresini, com Enea Bastianini a juntar-se à equipa de fábrica e Jack Miller contratado pela KTM.
A evolução técnica da Ducati
O segredo da Ducati está em ter resolvido esse problema nas curvas que Andrea Dovizioso reclamava com frequência. Além de alimentar o V4 desmodrômico com uma injeção de cavalos de potência, forte não apenas em termos de velocidade pura, mas também em entrega de potência suave. Até o trabalho impecável feito no túnel de vento para aperfeiçoar a aerodinâmica, tanto a ponto de fazer escola e forçar os adversários a copiar. A chegada da liquidez gerada pela vitória do título de MotoGP jogará ainda mais a favor do departamento de engenharia de Borgo Panigale, na Malásia pode haver a mais recente ideia estratégica de Gigi Dall’Igna, após a Comissão de GP ter banido a frente dispositivo de abaixamento para o 2023.
Uma nova era do MotoGP
O CEO Claudio Domenicali esfrega as mãos pensando na possível abertura de uma era Ducati. “Ele pode definitivamente fazer isso, todos os elementos estão lá. Esse sucesso fecha um ciclo… Pecco colocou a cereja do bolo em uma equipe que cresceu muito. Agora podemos abrir outro em que Pecco será a referência“, diz à ‘La Gazzetta dello Sport’. Certamente é necessário lidar com uma competição de MotoGP cada vez mais acirrada, a KTM avança a passos largos depois de ter roubado vários cérebros da Ducati (Guidotti, Sterlacchini, Giribuola, Pupulin…). Em um ponto, certamente Pecco Bagnaia pode melhorar: evitar os erros do início da temporada. “Conversamos sobre isso, ele agora é um piloto mais forte e somos uma equipe melhor“Assegura Domenicali.
Bagnaia-Bastianini ‘sem guerra’
A chegada de Enea Bastianini deve ser vista como uma flecha extra na aljava da Ducati, não como um possível elemento incendiário dentro da garagem. “Estou ciente do risco de colocar dois pilotos tão fortes juntos – admite o chefe da Ducati -. Pecco vai querer vencer Enea, que vai querer provar que é o mais forte. Mas essa energia é muito importante e estou convencido de que a equipe cresceu muito na capacidade de ver o atleta como pessoa e de administrar essa dificuldade. Há alguns meses Pecco havia dito algo que eu havia escrito: “Não precisamos de alguém que faça bagunça”. Não vamos“.
Foto: MotoGP.com