A temporada que acaba de terminar deixou claro que, para a Itália, não é só a Ducati que deve ficar de olho. Pela primeira vez, a Aprilia também deu voz ao MotoGP, fechando um campeonato já histórico. O fabricante de Noale já brilhou nas categorias de base no passado, enquanto na categoria rainha sempre sofreu muitas dificuldades. Mas já havia sinais animadores, neste 2022 a Aprilia explodiu sobretudo com Espargaró, mas Vinales também mostrou coisas boas. As concessões vão desaparecer no próximo ano, mas a empresa veneziana está determinada a não se deixar influenciar, duplicando aliás o seu compromisso com a equipa satélite da RNF. Sinais importantes de uma Itália que volta ao topo do Mundial, e estão apenas com a cor vermelha.
Aprilia, as “primeiras vezes”
A aventura na categoria rainha começou há muito tempo, precisamente a partir dos anos 90, quando ainda eram 500cc. Em 2004 o longo adeus, para depois recomeçar com energias renovadas em 2015. Mas para sinais de uma verdadeira viragem temos de esperar por 2021, quando Aleix Espargaró efectua consistentemente uma série de dez primeiros. O pico virá em Silverstone com o histórico primeiro pódio no MotoGP! Uma injeção de confiança que era necessária e que conduz aos resultados vistos neste 2022 cheio de outras “primeiras”. A primeira pole position chegou à Argentina, história que se completou no domingo com a primeira vitória da Aprilia no MotoGP! A partir desse momento, os pódios já não são um unicum sazonal: Espargaró repete-se mais cinco vezes, mas Maverick Vinales também coloca a sua assinatura com três presenças no pódio. Outra ‘primeira vez’ é certamente ter visto uma Aprilia a lutar pelo mundial, algo que só tinha acontecido nas 125cc (com 10 títulos) e nas 250cc (9 mundiais). No final Espargaró terminou em 4º na classificação geral, mas mantém-se algo nunca antes visto para a marca Veneto no MotoGP.
amostra de regularidade
No MotoGP é importante ir sempre ao limite, por vezes incorrendo em alguns erros inevitáveis. Mas na Aprilia você também pode ver uma consistência impressionante. Olhando para o roteiro de Aleix Espargaró e Maverick Vinales, encontramos um único abandono de cada temporada, que chegou para ambos no GP final em Valência. Uma mudança de marcha muito clara em relação aos anos anteriores: entre problemas mecânicos e acidentes, a Aprilia nunca havia caído abaixo da fasquia dos 5 zeros por piloto no campeonato. Grandes avanços, portanto, também em termos de regularidade e confiabilidade, dois aspectos importantes no MotoGP moderno. O ano de 2022 marcou a viragem que há tempos se procurava, um recomeço para apontar ainda mais alto, contando também com as novas contratações de Oliveira e Raul Fernandez. Duas ex-KTMs que parecem dispostas a oferecer surpresas… O tempo o confirmará, mas o certo é que a Aprilia, depois das muitas “primeiras” mencionadas, está ainda com mais fome.
Crédito da foto: motogp.com