A Yamaha recuperou o título da MotoGP em 2021 com Fabio Quartararo, mas depois não conseguiu se recuperar. No ano passado perdeu apesar de ter 91 pontos de vantagem sobre Francesco Bagnaia, que então triunfou, e em 2023 vive uma crise total. A fabricante de Iwata não fez as melhorias necessárias para evitar que o piloto francês seja forçado a fazer “milagres” para obter bons resultados.
Quartararo está muito desiludido, até porque antes de assinar a renovação tinha recebido garantias sobre o projeto técnico. Se por um lado houve progresso em termos de potência do motor, por outro o M1 acabou perdendo todas aquelas qualidades que o tornavam altamente competitivo até recentemente. O caráter da moto mudou para pior. Precisamos mudar a direção do desenvolvimento.
Yamaha envolvida no projeto do MotoGP: Jarvis confirma
Há quem tenha levantado a hipótese de que a Yamaha também pode avaliar uma retirada do MotoGP no final de 2026, ano em que expira o contrato com a Dorna, caso os sucessos esperados não cheguem. Lin Jarvis negou que hoje haja qualquer raciocínio nesse sentido: “Não se pode negar que estamos lutando – disse à Speedweek – mas posso garantir que não vejo falta de comprometimento da Yamaha. No penúltimo GP em Jerez estiveram Yoshihiro Hidaka, presidente da Yamaha Motor Japan, e Eric de Seynes, presidente da Yamaha Motor Europe. Ambos apoiam as corridas com energia, reconhecem o que as corridas trouxeram para a marca no passado e o que continuarão a acrescentar à nossa imagem no futuro“.
O diretor-geral da Yamaha está convicto de que a empresa sediada em Iwata continua a ter grande interesse no MotoGP, ainda que seja necessário investir mais e mudar as coisas para voltar ao topo: “Eles sabem do que precisamos. Precisamos de investimentos e mudanças na forma como trabalhamos. Não vejo sinais de retirada da Yamaha. É verdade que nem a Suzuki esperava uma aposentadoria há um ano, mas não tenho dúvidas. espero que continue assim“.
Quartararo quer respostas concretas
A Yamaha tem de trabalhar mais e melhor para permitir que um campeão como Quartararo lute pelo título de MotoGP. Neste momento sente-se como um leão numa jaula, com uma M1 que não lhe permite expressar todo o seu talento. E o fato de as atualizações trazidas não funcionarem não o ajuda a ter mais confiança para o futuro.
Esforços estão evidentemente sendo feitos em Iwata, mas ainda não estão indo na direção certa. Não é por acaso que em Le Mans a equipe decidiu voltar à base de 2021. Esta temporada já está bastante comprometida, mesmo que ainda faltem muitas corridas e tudo possa acontecer, porém seria realmente surpreendente se Fábio conseguisse para voltar à corrida do campeonato mundial. O certo é que o projeto de 2024 não pode ser equivocado, até porque o contrato do piloto vence no ano que vem e pode não ser renovado.
Foto: Yamaha Racing