Mattia Volpi não é uma cara nova no JuniorGP, mas será um “semi-rookie” na categoria Moto2. O jovem piloto de Potenza, com 17 anos no final de setembro, é um dos três garotos escalados pela MMR Team de Massimiliano Morlacchi nesta temporada de 2023. Três rodadas disputadas no Europeu de 2021 estão na súmula, mas para Volpi este será o primeiro ano de verdade na categoria. Quais são as expectativas? Aqui está o que ele nos disse.
Mattia Volpi, “veterano” do JuniorGP.
Estou no CEV desde 2019, começando dois anos na Copa Talento com a equipe do Simoncelli. Em 2021 mudei para a AGR Team na Moto3, enquanto em 2022 fiz as três primeiras corridas novamente com a Moto3, nas últimas três mudei para a Moto2.
Como você avalia uma mudança em movimento?
Os resultados na Moto3 foram bastante fracos, tirando algumas façanhas, bem como o fato de eu ser muito alto [1.78, ndr] e pesado, então decidimos mudar. Já dos testes de Portimão com a Moto2 estive no grupo da frente, terminei em 12º na Corrida 1. Em Aragão larguei em 9º, terminei em 10º na Corrida 1, enquanto na Corrida 2 estive perto do pódio, mas escorreguei. Também em Valência estive sempre no grupo da frente, mas infelizmente tive de abandonar devido a um problema com a moto. No entanto, eu diria uma mudança absolutamente favorável.
Seu chefe Morlacchi o considera um novato na Moto2. Como você se considera?
Por um lado sou um novato, no final só fiz alguns quilómetros com a Moto2. Mas já entendi os pneus, as estratégias de corrida e em parte o comportamento da moto. Desde o início da corrida, quando está mais pesado com gasolina, até o final quando fica mais leve. Um pouco 50-50.
Quais foram as mudanças mais importantes na transição da Moto3 para a Moto2?
Definitivamente a potência, que é muito mais, mas também o peso e a dirigibilidade da moto. A Moto2 é muito dura e você tem que fazer as curvas, enquanto a Moto3 era muito leve e fácil nesse sentido. A diferença entre pneus novos e usados também é bem perceptível, diria até os freios, são bem mais agressivos. Em geral, a Moto2 é muito mais mal-humorada que a Moto3.
Como você chegou a assinar com o Team MMR?
Falámos através do meu empresário Filippo Monti e já falámos depois de Portimão. Ele tinha visto que eu não estava mal, sabia em todo o caso que o Rato iria mudar e por isso procurava um italiano jovem e rápido. Também o Rivola, que quer fazer este projeto com a Aprilia, viu os resultados e perguntou especificamente por mim.
Uma grande satisfação né?
Sim! Mas digamos que estou mais focado em buscar resultados este ano, será muito importante para mim.
Mas a Aprilia está te observando, talvez colocando um pouco de pressão?
Eh, digamos que isso lhe dê satisfação e talvez medo de decepcionar. Mas é um bom incentivo para se sair bem. Pessoalmente, sempre consigo lidar com a pressão de maneira positiva.
Você já se comparou com seus novos companheiros de equipe?
Eu conhecia o Antonelli de vista, quando corri com o Simoncelli ele fez o Mundial com a mesma equipe. Toth, por outro lado, corri lá quando criança, parece-me no Pré MiniGP, MiniGP e PréMoto3, quando fiz o wild card.
Antonelli é o único com experiência mundial. O que você pode ‘absorver’ dele, o quanto ele pode te ajudar a crescer?
Ele tem muita experiência, está no Mundial há muitos anos e com certeza tem uma visão do CEV diferente da nossa. Eu ainda pretendo mantê-lo para trás! Morlacchi está apostando mais nele, tenho que fazê-lo mudar de ideia [risata].
Quais são as metas sazonais?
Vamos encarar: eu gostaria de estar sempre entre os 5 primeiros, sempre poder lutar por essas primeiras posições. Para o campeonato, por outro lado, diria que ainda é cedo, primeiro preciso de um ano em que possa estar sempre na frente, depois vamos pensar nisso.
Você já tem uma ideia do que precisa para ficar ‘mais alto’?
Talvez um pouco de incisividade no colo voador. Em termos de ritmo de corrida, sempre fui rápido, mas partindo da segunda linha em vez da terceira… Na Moto3 você poderia ter largado em último, na Moto2 muda muito.
Como vê o Campeonato da Europa de Moto2 este ano?
Aguardo primeiro a sexta-feira no Estoril, há tantos fortes este ano. Sena [Agius] ele sempre esteve na frente com Tulovic, ele é certamente o piloto a ser batido. Depois também temos o Tatay e o Surra do Mundial… Este ano também somos muitos na Moto2, com certeza será uma categoria muito disputada.
Qual foi o circuito mais difícil para você até agora? Com qual deles você se sentiu melhor?
Difícil diria Valência, mas sempre, desde o Moto4. Eu realmente não gosto dele, é muito pequeno. Depois os espanhóis estão sempre por lá, então são muito fortes. É uma pista com certas características, se não as conheces torna-se difícil. A mais bonita para mim é Portimão, adoro! Mas também digo Aragão, são pistas muito bonitas: compridas, largas, com boas curvas… São pistas completas.
Como você está se preparando para o seu primeiro ano completo na Moto2? Mudar algo na preparação?
Sim, mudei o tipo de treino. Agora nos finais de semana ando mais de moto, no inverno ando mais de motocross porque as pistas são frias ou fechadas mesmo. Mas acima de tudo agora treino no ginásio todos os dias, preciso disso porque a Moto2 é muito física. Meu corpo também mudou, engordei 8 quilos em relação ao ano passado. No geral, porém, agora estava muito velho para a Moto3, talvez até maior que os outros, apesar de ser o mais jovem do grid. Mesmo nas retas eu andava a pelo menos 10 km/h devido ao peso! Cinco quilos significam cavalos de potência e na Moto3 é muito. A mudança era inevitável.
Quais são os planos para a nova temporada?
Em uma semana vamos a Valência para dois dias de testes, depois de 24 a 25 de abril corremos no Estoril. Dez dias depois, temos a corrida, então nos preparamos bem e estabelecemos boas bases. A equipe é competitiva, então a moto não é um problema. Agora é só ver como me dou com os novos técnicos, mas são todos vindos da Copa, então não há com o que se preocupar.
Como você concilia esses compromissos com a escola?
Digamos que às vezes seja um pouco confuso: estou no ensino médio científico, mas consigo acompanhar mais ou menos. Mesmo que seja em períodos: quando tenho competições um pouco menos, mas depois consigo. É importante, senão não vai sobrar nada, sempre tem que ter uma segunda chance.