O desafio mundial é sempre o mais difícil. Barry Baltus sabe bem disso, já que em três anos no campeonato mundial ele não teve vida fácil. Não vamos esquecer que ele já sofreu algumas lesões graves em seus dois anos na Moto2. O jovem de Namur, de 18 anos, tem o nome e o número do grande “Homem de Ferro” Sheene, esperando-se, no entanto, que não siga o mesmo caminho no que diz respeito a problemas físicos… Em 2022 terminou na 31ª posição na o campeonato mundial, em termos de pontos foi a sua melhor temporada no mundo com certeza. Pequenos passos em frente para o jovem belga, confirmados sobretudo pelos dois primeiros dez resultados. Quem sabe se algum dia conseguirá chegar a alguns dos compatriotas que o precederam.
Baltus, os predecessores de sucesso
Barry Baltus não é o primeiro belga no mundial, mas poucos têm colocado resultados significativos. O primeiro foi Juliaan Vanzeebroeck, 10 pódios na década de 70. Nove deles, incluindo os três triunfos em GPs, foram nas 50cc entre 1974 e 1978, sendo o décimo nas 125cc em 1976. Mas o melhor ainda é Didier de Radiguès, no Campeonato do Mundo entre 1979 e 1991: 15 vezes no pódio em três classes diferentes, com quatro vitórias nas 250cc (3º em 1983) e nas 350cc (vice-campeão em 1982). Lucio Pietroniro conquistou cinco pódios mundiais nas 125cc entre 1985 e 1988, quatro com MBA e um com a Honda. Há também Stéphane Mertens, com um total de sete pódios conquistados no biênio 1995-1996 no Thunderbike Trophy. Acrescentamos Xavier Simeon à lista: entre 2013 e 2015 somou quatro pódios na Moto2, sendo a vitória na Alemanha em 2015 a última no Campeonato do Mundo. O mais recente é Livio Loi, com dois pódios na Moto3 em sua súmula: venceu o GP de Indianápolis em 2015 e finalmente foi segundo na Austrália em 2017.
Barry Baltus, subida difícil
A estreia aconteceu tarde devido aos limites de idade, mas o complicado 2020 e, portanto, a longa pausa entre Losail e Jerez impediram-no de falhar a meio da época. No entanto, foi um ano complexo, com duas dezesseis colocações como melhores resultados. Surpreendentemente (e prematuramente) em 2021 ele mudou de categoria, passando para a Moto2 com a RW Racing GP e a construtora de quadros NTS. Não poderia ter havido um começo pior: no TL3 no Catar, Baltus caiu e quebrou o pulso esquerdo. Sua temporada só começou para valer na França, com um único ponto conquistado na Alemanha. 2022 também não está imune a lesões, que lhe acontecem tanto no início como no final do ano. Fratura no pulso após acidente no treino classificatório da 2ª rodada na Indonésia, lesão no tornozelo nos treinos livres do penúltimo GP da Malásia. Apesar disso, a passagem do NTS para o KALEX ajuda-o a crescer: nove pontos colocados nos 16 GPs disputados, com dois primeiros dez em Austin e Portimão.
Os dez primeiros possíveis?
A certeza é que Baltus continuará ligado à RW Racing GP por mais dois anos, portanto até o final da temporada de 2024. Uma renovação que pode favorecer o crescimento do jovem piloto belga, que tem apenas 18 anos e, portanto, tem uma boa margem para crescimento. Onde chegará em 2023? O que podemos dizer é que Baltus não será um daqueles pilotos de “campeonato”, mas pode almejar algo mais do que já fez até agora. Claro que temos de ter a consistência certa, não vamos esquecer a sorte na parte física, mas quem sabe ele consiga entrar constantemente na luta pelos dez primeiros.
Crédito da foto: motogp.com