A notícia, ainda por confirmar oficialmente, já é de domínio público. Ken Kawauchi, até agora responsável técnico da Suzuki MotoGP, parece estar perto de transferir armas e bagagem para cobrir uma função semelhante na Honda HRC. Os primeiros rumores, inicialmente espalhados pelo Paddock-GP, encontraram cada vez mais confirmação nos últimos dias, sancionando uma potencial revolução interna na HRC. Takeo Yokoyama, no olho do furacão pelos problemas encontrados nos últimos anos por uma RC213V longe de ser definida”equilibrado“, serão realocados em outro lugar, deixando espaço para Kawauchi-San. Em seu campo, um gênio. Capaz de transformar a Suzuki GSX-RR em uma motocicleta competitiva e vencedora e uma joia técnica. Tudo com recursos relativamente modestos (principalmente econômicos) em relação à concorrência, mas fazendo do trabalho em equipe e das ideias os trunfos. Basicamente, exatamente o que a Honda precisa e precisará no processo de renovação para recuperar a competitividade perdida.
KEN KAWAUCHI O PERFIL CERTO
Não há como negar: no papel, Ken Kawauchi é o perfil certo para adoçar, domar isso”fera sedenta” que é a atual Honda RC213V. Pegue (enxugando uma lágrima derramada se você for admirador e / ou fã ..) a Suzuki GSX-RR. Na sua versão 2022, uma moto de facto… completa! Equilibrado, com qualidades de chassis sempre inegáveis, louváveis e extraordinárias, tendo as curvas de conto de fadas como marca distintiva e caracterizante. No “Especificação 2022” além disso, a lacuna do motor foi preenchida, um ponto sensível desde o primeiro dia do projeto. Uma obra-prima técnica pista de moto que leva a assinatura de Ken Kawauchi, o criador de uma concepção de MotoGP que fez escola. Ainda no papel (perdoem-nos Joan Mir e os seus antecessores que não tiveram tanta sorte nos resultados alcançados), a melhor contratação da HRC desde o contrato plurianual assinado por Marc Márquez.
UMA VIDA EM SUZUKI
Reconhecido hoje pelo cargo de Gerente Técnico da Suzuki MotoGP, Kawauchi fez todo o processo na SMC. Ganhar promoção após promoção simplesmente, trivialmente, justamente por sua habilidade. Ao avistá-lo na caixa do Team Suzuki ECSTAR (infelizmente, isso era …), ele sempre tinha uma pasta na mão onde podia anotar tempos, notas e feedback dos pilotos. Esta pasta apresenta vários autocolantes das várias equipas Suzuki onde tem contribuído ao longo dos anos. Desde as equipes de MotoGP (vestindo ECSTAR, RIZLA e Telefonica Movistar) até Alstare, até o sempre presente adesivo Yoshimura. Depois, há outro adesivo de uma realidade que é menos conhecida da maioria, ou seja, o Hamamatsu Team TITAN. Especificamente, a equipe de funcionários da Suzuki (não envolvidos diretamente nas corridas) de Hamamatsu que, todos os anos, como “depois do trabalho” participa das 8 Horas de Suzuka. Falamos sobre isso neste artigo.
DE SUZUKI A HONDA CONTRA A FILOSOFIA TODO JAPÃO
Se para a Honda (até o anúncio oficial) seria um grande golpe, com certeza essa troca de camisa mudaria um pouco a concepção da filosofia Todo o Japão neste sentido. Essas passagens de uma empresa para outra não são o costume (longe disso), mesmo que tenham desistido formalmente das competições. Na verdade, estamos falando até mesmo de transferências desaprovadas, sejam engenheiros, técnicos ou mesmo pilotos. No universo Todo o Japão fazer parte de uma grande empresa, ainda mais com um cargo importante, é (resumindo) como torcer para um time de futebol. Você é fiel por toda a vida, nos bons e maus momentos, blá, blá, blá, et cetera et cetera. Ken Kawauchi, por sua vez, não poderia fazer diferente: com o desligamento da fábrica da Suzuki das corridas, você quer se recusar a desempenhar um papel semelhante para a maior fabricante de motocicletas do mundo? Até porque, veja seu agora ex-superior Shinichi Sahara, o risco de acabar lidando com motores marítimos não era exatamente uma perspectiva atraente. Certamente, essas mudanças de camisa nos últimos tempos entre os técnicos”japonês” são contados nos dedos de uma mão. Menos entre os pilotos: estrangeiros, na visão japonesa, são permitidos. Aos nativos da Terra do Sol Nascente, absolutamente não, ainda mais se tiverem sido concedidos os “Bolsa de estudo” para poder correr no exterior (seja MotoGP ou Superbike). Um dogma que se esvaiu com o início do terceiro milénio, com algumas transferências sensacionais (Nakano da Yamaha para a Kawasaki, Izutsu da Kawasaki para a Honda) que já não faziam tanto barulho como antigamente.
PASSO OPOSTO PARA UM PILOTO: DE HONDA A SUZUKI EM 2023!
Para Ken Kawauchi será um bom desafio mudar de “casa” (no sentido literal do termo) para uma realidade onde, de acordo com o presidente da CDH, Koji Watanabe, “Depois de um frustrante 2022, nossa principal prioridade é reconquistar o título da MotoGP“. Bom trabalho para ele e para aqueles que, sensacionalmente, fizeram a transição inversa nestes dias. Desafiando o desligamento da Suzuki do automobilismo, Yudai Kamei, de 26 anos, piloto da Honda Suzuka Racing Team por 8 anos e funcionário (!) da fábrica da Honda às portas do circuito da montanha russa, decidiu aceitar a proposta de Yukio Kagayama de correr no All Japan Superbike com Yoshimura Suzuki RIDEWIN. Uma escolha para mudar de vida, uma aposta profissional. Não pode ser para Ken Kawauchi: em pouco tempo ele terá que domar a RC213V. Tornando-se o criador de uma nova obra-prima depois daquela esplêndida criatura que foi a GSX-RR.