A força da humildade. Ivan Clementi nasceu aos 48 anos em Montegiorgio, uma pequena aldeia no interior de Marche. Na sua zona só havia todo-o-terreno e ele andava de mota todo-o-terreno então aos 8 anos foi um dia a Misano e apaixonou-se pela velocidade. Durante sua carreira, ele participou de 21 Grandes Prêmios de MotoGP e mais de 150 corridas entre o Mundial de Superbike e o Supersport. Ivan Clementi é um menino quieto, não é uma personalidade da mídia, pelo contrário, é quase tímido.
“Sempre fui apaixonado por motocicletas – Ivan Clementi diz a Corsedimoto – mas não tinha dinheiro e por isso aos 14 anos comecei logo a trabalhar como mecânico. Comprei um Gilera danificado, consertei eu mesmo e fiz as primeiras corridas sem carenagem. Através do dono da garagem onde trabalhava, saí um pouco na pista e demonstrei minhas qualidades, então tive a oportunidade de seguir em frente. Ganhei o troféu Gilera e eles me aceitaram como piloto Gilera. Tudo começou a partir daí“.
Você competiu na 125 Sport Production?
“Sim e ganhei a italiana 125 SP com Campetella. Em 1996 fui companheiro de equipa do Valentino Rossi: ele esteve no Campeonato do Mundo e eu no Europeu, mas estávamos na mesma equipa. Tenho lembranças maravilhosas dele. Infelizmente nesse ano lesionei-me no início da época e praticamente tive de perder o campeonato”.
Você ainda mantém contato com Valentino?
“Quando acontecer, sim. Ano passado fui convidado ao Rancho para os 100km da Champions e ele veio me abraçar. Isso me deu um prazer extraordinário. Ele é uma pessoa verdadeiramente requintada, apesar de seu sucesso.”
Você pousou em 250?
“Sim, fiz o Campeonato da Europa em 1998 e aterrissei imediatamente no Campeonato Mundial onde corri em 1999. Eu tinha um contrato de dois anos, mas me vi caminhando do nada. Nessa altura tive de mudar para quatro tempos onde corri durante muitos anos e gostei muito”.
O que faltou para poder dar um salto de qualidade?
“Alguém ao meu lado, que acreditou em mim e me ajudou. Eu sempre estive sozinho. Agora tenho uma equipe de motocross e Gianni Meschini um amigo-parceiro ao meu lado. Se eu o tivesse conhecido antes, talvez as coisas pudessem ter sido diferentes. Eu fiz o que pude sozinho. Lamento não ter conseguido fazer uma temporada inteira com uma moto válida e demonstrar plenamente o meu valor”.
A melhor lembrança da sua carreira?
“Definitivamente o título europeu de 250. Se olhar para o meu passado, ainda estou feliz porque consegui chegar ao Mundial de MotoGP e Superbike só com as minhas forças”.
O que você está fazendo agora?
“Tenho a equipa de motocross, uma oficina e sou instrutor. Estou sempre no meio dos motores porque quando há paixão nunca se sente cansaço”.