Estivemos muito perto de igualar um recorde que ainda permanece. As fabricantes italianas Ducati e Aprilia registraram uma temporada como protagonistas no MotoGP, conseguindo algo que não se via desde a década de 1950. Desde os tempos de nomes como Gilera, Moto Guzzi, MV Agusta, que fizeram história no mundial. De facto, desde essa altura não existiam tantos pódios ‘italianos’, no sentido de um monopólio ao nível dos construtores. Então, no próximo ano, haverá oito vermelhos e quatro RS-GPs no MotoGP, parece apenas o começo de um retorno ao topo para as marcas italianas.
Um longo jejum
O recorde de 1955, na era do meio litro, ainda permanece. Seis pódios sazonais apenas para fabricantes italianos, muitas vezes com pelo menos um de nossos porta-estandartes entre os protagonistas. Demorou a rever alguns resultados: o recomeço do MotoGP aconteceu em Valência 2021, com as Ducatis de Pecco Bagnaia, Jorge Martín e Jack Miller que deram o tom para um 2022 quase recorde. Porém, recordemos que no ano passado em Ricardo Tormo foi quebrado um jejum que durava desde o GP das Nações de 1972. Um último pódio azul, dominado pelas MV Agustas de Giacomo Agostini e Alberto Pagani, mais a Rossa de Bruno Spaggiari.
Invencibilidade: 6 pódios, 500cc 1955
– Espanha, Montjuïc: Reg Armstrong (Gilera), Carlo Bandirola, Umberto Masetti (MV Agusta)
– França, Reims: Geoff Duke, Libero Liberati, Reg Armstrong (Gilera)
– Tourist Trophy: Geoff Duke, Reg Armstrong (Gilera), Ken Kavanagh (Moto Guzzi)
– Bélgica, Spa-Francorchamps: Giuseppe Colnago, Pierre Monneret, León Martin (Gilera)
– Holanda, Assen: Geoff Duke, Reg Armstrong (Gilera), Umberto Masetti (MV Agusta)
– GP Nations, Monza: Umberto Masetti (MV Agusta), Reg Armstrong, Geoff Duke (Gilera)
Cinco pódios: MotoGP 2022
– França, Le Mans: Enea Bastianini, Jack Miller (Ducati), Aleix Espargaró (Aprilia)
– Holanda, Assen: Pecco Bagnaia, Marco Bezzecchi (Ducati), Maverick Viñales (Aprilia)
– Grã-Bretanha, Silverstone: Pecco Bagnaia (Ducati), Maverick Viñales (Aprilia), Jack Miller (Ducati)
– GP San Marino, Misano: Pecco Bagnaia, Enea Bastianini (Ducati), Maverick Viñales (Aprilia)
– Espanha, Aragão: Enea Bastianini, Pecco Bagnaia (Ducati), Aleix Espargaró (Aprilia)
Quatro pódios: 500cc 1953-1954
1953
– França, Rouen: Geoff Duke, Reg Armstrong, Alfredo Milani (Gilera)
– Svizzera, Bremgarten: Geoff Duke, Alfredo Milani, Reg Armstrong (Gilera)
– GP Nations, Monza: Geoff Duke, Dickie Dale, Libero Liberati (Gilera)
– Espanha, Montjuïc: Fergus Anderson (Moto Guzzi), Carlo Bandirola (MV Agusta), Dickie Dale (Gilera)
1954
– Bélgica, Spa-Francorchamps: Geoff Duke (Gilera), Ken Kavanagh (Moto Guzzi), León Martin (Gilera)
– Holanda, Assen: Geoff Duke (Gilera), Fergus Anderson (Moto Guzzi), Carlo Bandirola (MV Agusta)
– GP Nations, Monza: Geoff Duke, Umberto Masetti (Gilera), Carlo Bandirola (MV Agusta)
– Espanha, Montjuïc: Dickie Dale (MV Agusta), Ken Kavanagh (Moto Guzzi), Nello Pagani (MV Agusta)
Jonathan Rea a esplêndida biografia: “In Testa” disponível na Amazon
Crédito da foto: motogp.com