Kevin Benavides é o novo rei do Dakar, aliás é um regresso ao trono desta competição. O piloto argentino já havia feito história em 2021, quando se tornou o primeiro sul-americano a triunfar no prestigiado Rally Raid. Este ano ele somou mais uma peça, tornando-se o primeiro no quadriênio árabe a vencer com duas marcas diferentes. Mas não o primeiro de sempre… Um sucesso que chegou logo ao último suspiro, na etapa final. Um final que não foi bem uma passarela, mas Benavides não fez nada de errado, iniciando assim a festa da KTM. Um excelente começo também para o World Rally Raid, que agora está claramente no comando.
Segundo título
Ele é o último campeão da Honda, enquanto neste início de 2023 deu à KTM o primeiro sucesso desde que se mudou para a Arábia Saudita. É claro que no ano passado venceu a GasGas, agora parte da fábrica de Mattinghofen, mas desta vez o triunfo vem com o nome “oficial”. Certamente Kevin Benavides estava na lista final, mas por muito tempo ele permaneceu bastante quieto em sua corrida. O Benavides que mais brilhou pelas vitórias nas etapas é seu irmão Luciano! Mas uma vitória no Dakar, este ano numa prova muito difícil para todos, constrói-se com perseverança. Somente no final, quando os jogos estavam quase no fim, o porta-estandarte da KTM começou a arranhar muito mais. A vitória no estágio 13 o colocou a 12 segundos do companheiro de equipe Toby Price, liderando solidamente a grande final. Comemoração dupla para Mattinghofen, na verdade tripla se quisermos, já que a marca Husqvarna (com Skyler Howes 3º) ainda faz parte do grupo.
“Vai demorar um pouco para entender”
Passado o “intervalo”, ou melhor, o biénio 2020-2021 assinado pela Honda, a KTM quer voltar a bater a concorrência. E fez isso com o último campeão do Asa de Ouro, agora passado para a competição. “A especial foi muito rápida e complicada, mas também lamacenta” contou Kevin Benavides no final da etapa 14. “Felizmente não cometi nenhum erro, teria sido muito fácil errar. Esse ano foi uma das lutas mais acirradas, não dava pra relaxar nem por um dia. Agora vai demorar um pouco para entender” concluiu entusiasmado. Um 2023 que apenas começou, mas claramente começou bem para o piloto argentino. O que já estava na história, agora ele entrou em um clube verdadeiramente de elite. É o primeiro a vencer com duas marcas diferentes, mas apenas na Arábia Saudita: como mencionado inicialmente, não é o primeiro de sempre.
Benavides seguindo os passos de…
Na maioria das vezes, encontramos campeões de uma única marca. Mas nos primeiros anos desta competição havia a ‘voz fora da caixa’: o francês Cyril Neveu, que venceu cinco corridas do Dakar, duas com a Yamaha e três com a Honda. Podemos ainda citar o cessante campeão Sam Sunderland, ainda que de forma algo forçada: como referido, a KTM (com a qual conquistou dois títulos) e a GasGas (2022) fazem agora parte da mesma fábrica, embora mantendo nomes diferentes. Há também um caso único, um único piloto que triunfou com três marcas diferentes. Voltamos novamente ao período do Dakar original, mas temos que olhar para a Itália. Edi Orioli, tetracampeão no ‘original’ Dakar, venceu com Honda (1988), Cagiva (1990-1994) e Yamaha (1996)! Uma meta que ainda está de pé, mas quem sabe no futuro.
Foto: ASO/Gigi Soldano/DPPI