Nos últimos dias e ainda na grelha de partida, aliás depois de ter assinado a referência do segundo tempo durante as qualificações oficiais, Cameron Beaubier não se atreveu a fazer qualquer tipo de proclamação. “Sinceramente não sabia o que esperar“, continuou o pentacampeão da MotoAmérica. Bem, só se podia esperar uma vitória de um piloto capaz de reescrever repetidamente os recordes do motociclismo através do Atlântico. No retorno ao Superbike americano, o piloto californiano conquistou uma vitória sensacional na Corrida 1 em Road Atlanta, palco da etapa inaugural da temporada 2023. Depois de um intenso confronto, tudo isso vencendo o ex-companheiro (além de atual bicampeão) Jake Gagne, levando a Tytlers Cycle Racing ao triunfo pela primeira vez. Não menos importante, tornando-se o arquiteto do primeiro BMW hurra em 45 anos.
QUE RETORNO DE CAMERON BEAUBIER
De volta ao estados por opção própria apesar de se encontrar em mãos um contrato para continuar a aventura no Campeonato do Mundo de Moto2, Cameron Beaubier para este voltar na pátria aceitou um desafio cheio de incógnitas. Correndo com uma equipe de segundo escalão (pelo menos até ontem…), com uma BMW M 1000 RR tudo para ser avaliado contra a Yamaha R1 Attack com motor foguete, com um engajamento longe dos tempos em que vencia uma corrida sim e a outra também. Uma escolha de vida, mais do que de carreira, mas que surtiu de imediato os efeitos desejados. Primeira corrida, primeira vitória. À frente de Jake Gagne, batendo o esquadrão Attack Yamaha.
A FUGA INICIAL DE GAGNE
Pelo menos nas primeiras etapas da disputa, a Corrida 1 nas subidas e descidas da Road Atlanta parecia repropor o roteiro dos dois anos anteriores do MotoAmerica Superbike. Jake Gagne, um com o R1, na corrida, deixando muito pouco espaço para seus adversários. Esta é a sensação máxima, apurada pela vantagem de 1″4 sobre Beaubier construída em poucas voltas, tanto que retocou o anterior recorde da pista na corrida assinada no ano passado pelo nosso Danilo Petrucci em 1’23 ″828 na segunda volta.
DESLIGANDO E PASSANDO
A esta declaração de intenções de Gagne, Beaubier prontamente respondeu. Volta após volta, mordiscando décimo após décimo, na sétima das 19 voltas programadas ele alcançou o # 1 Yamaha R1, lançando um ataque na reta em direção à chicane em declive. Comando de operações assumido, ‘câmera‘ nunca o deixou em virtude de uma performance magistral, destacando os pontos fortes de sua moto e exaltando a todos por seu estilo de pilotagem maravilhoso. Comparado com o R1 de Gagne, o BMW M 1000 RR #6 sofreu em todos os lugares, exceto nas retas. Beaubier tinha motor de sobra, permitindo-lhe respirar antes de se deixar levar por travagens prodigiosas, essenciais para responder golpe a golpe a cada (vã) tentativa de ataque do seu antigo companheiro de equipa.
CAMERON BEAUBIER NA HISTÓRIA
“Estou bastante surpreso com esta vitória“, Cameron Beaubier admitiu abertamente. O pentacampeão do MotoAmerica Superbike continua de onde parou em Laguna Seca em 2020, na época com a Attack Yamaha e como o rei indiscutível do motociclismo feito nos EUA. Na Geórgia, ele conquistou assim sua 55ª vitória pessoal na Superbike no exterior, a primeira com a BMW, fabricante que não vencia na AMA Superbike desde o início do chamado “Torneiras“. Era 1978 quando Harry Klinzmann venceu no Bryar Motorsports Park em New Hampshire. Outras vezes, outra história…
JAKE GAGNE ESPANTADO
Outra vida para Jake Gagne. Conquistando seu segundo título contra Danilo Petrucci no ano passado, ele esperava poder correr com mais serenidade este ano. Um desejo frustrado pelo retorno de seu inimigo representado por Beaubier. “Cam estava travando forte e em alguns pontos teve muito mais, mas sabemos onde intervir para amanhã“, confessou Gagne, que abriu um sorriso num dia difícil para ele, memorável para toda a família Beaubier. O triunfo de Cameron em seu retorno à Superbike é acompanhado pelo primeiro hurra do jovem Ezra na Superstock 1000. Um sábado ainda mais histórico.
JOSH HERRIN LEVA A DUCATI AO PÓDIO
Muito rápido na final, recuperando 2″ dos duelistas para a vitória, Josh Herrin com a Ducati Panigale V4 R herdada de Petrucci subiu ao terceiro degrau do pódio, ajustando as outras duas Yamahas de Cameron Petersen (Attack Performance) e Mathew Scholtz (Westby Racing). Uma colocação digna para um pódio que inclui três Campeões AMA/MotoAmerica Superbike, com a Ducati a garantir o bronze depois do ouro arpoado na Corrida 1 do Supersport por um formidável Xavi Forés. Nada a fazer em vez de Toni Elias, que regressa com a Suzuki M4 que chegou depois da música: sétimo a 38″ do topo.
RUMO À CORRIDA 2
No Michelin Raceway Road Atlanta, em Braselton, ainda falta uma corrida de Superbike, com o serviço de assinatura MotoAmerica Live+ que garantirá a transmissão ao vivo de toda a programação de treinos e corridas deste evento inaugural da temporada 2023.