Novos rostos na Moto2 para 2023, mas também pilotos que não estarão mais lá. Uma delas é Cameron Beaubier, multicampeão da MotoAmérica e também vencedor das 200 Milhas de Daytona, que em 2021 se lançou na classe intermediária do Mundial. Depois de dois anos completos com a American Racing Team, o piloto de 29 anos de Roseville disse adeus para voltar a correr nos Estados Unidos. As razões são as perspetivas futuras no Campeonato do Mundo, mas sobretudo a saudade de casa, ou melhor, de todos os seus entes queridos, muito longe durante a maior parte do ano. Uma pena, dados os resultados crescentes, como a histórica pole position em seu próprio país.
Beaubier, estou indo para casa
“Não foi uma decisão fácil, com certeza” enfatizou Beaubier, explicando então sua escolha. “Cheguei aqui com a esperança de ir para a MotoGP. Mas farei 30 anos em dezembro: não me vejo na MotoGP aos 31 e não quero continuar correndo ano após ano nesta categoria. Então decidi que é melhor passar o crepúsculo da minha carreira em casa.” Mas não só. “Vivi no norte da Califórnia toda a minha vida” continuou Beaubier. “Tem sido difícil passar muito tempo longe das pessoas que conheço e amo. Nunca entendi o quanto aprecio competir na MotoAmerica e a possibilidade de estar em casa todo fim de semana de corrida.” Uma despedida então, com agradecimento à sua equipe pelos dois anos juntos. “Tive a oportunidade de competir em nível mundial e mostrei que, quando tudo se encaixa, posso me manter nas altas. Agradeço também à equipa porque respeitaram a minha decisão.” No próximo ano, em seu lugar vem a jovem promessa britânica Rory Skinner ao lado de Sean Dylan Kelly. Outro americano que seguiu o mesmo caminho de Beaubier, ainda que como campeão do Supersport.
Biênio do mundo em crescimento
Daí a decisão de voltar ao campeonato em que conquistou seis títulos. Primeiro na categoria Daytona Sportbike em 2013, depois brilhou na Superbike, triunfando nos anos de 2015, 2016, 2018, 2019 e 2020. Recorde-se que já tinha espreitado o Mundial de 2009, terminando com dois pontos termina nas então 125cc, companheiro de box de um certo Marc Márquez… Seguiu então para as corridas nacionais, em 2021 o desafio com a American Racing Team no Moto2. Apesar da posição final, 2022 foi o seu melhor ano em termos de pontos (73, contra 50 no ano de estreia). Destaque para a pole position no GP das Américas (quase tocando no pódio antes de uma queda), mais uma primeira fila em Portugal, uma volta mais rápida e sete primeiros 15, com destaque para o 4º lugar em Le Mans. Além de muitas corridas em que esteve perto da área do pódio. Dois anos de crescimento constante sob o olhar atento de um certo John Hopkins, treinador de pilotos da estrutura estrelas e listras. Teria sido interessante observar Beaubier também em 2023…
Crédito da foto: motogp.com