Neste fim de semana o circo MotoAmerica enfrenta um dos compromissos mais esperados da temporada. Acontece em Laguna Seca, no icônico circuito californiano recentemente repaginado, oferecendo desafios imperdíveis e também debates acalorados na classe Supersport. Isso mesmo: se as veredictos da pista não deixam espaço para qualquer interpretação, entre entusiastas, insiders e até protagonistas da prova não faltam boatos, perplexidades e resmungos. O domínio de Xavi Forés, com a Panigale V2 da equipa Warhorse HSBK Racing Ducati NYC, vencedor das 7 corridas realizadas até ao momento, causa polémica. Por nenhuma razão.
A DOMINAÇÃO DAS FORES NA MOTOAMERICA
“Quem ganha sempre tem razão, quem domina gera desconfiança“. Evidentemente, esta parece ser a tendência em todo o Atlântico. Aterrissado este ano no Supersport americano, Xavi Forés não pôde deixar de vencer. Pegue um piloto de nível internacional, capaz de conquistar pódios no Campeonato Mundial de Superbike, firmando-se, até a temporada de 2018, como o melhor piloto independente da categoria. Bem. Nesta altura, confia-lhe a moto Campeã (sobretudo bicilíndrica…) alinhada por uma equipa acompanhada com especial atenção pela casa-mãe, o resultado só poderia ser a vitória. Ainda que em estreia, o valenciano tem muito poucas (se não nenhuma) referências anteriores com os novos V2, pneus Dunlop e pistas americanas.
SETE DE SETE
Depois da desilusão vivida nas 200 milhas de Daytona (vencidas por Herrin, mas com Xavi fora de combate nas primeiras voltas devido a um problema técnico), a partir desse momento a dupla Forés-Ducati nunca mais falhou o alvo. Dobradinha na estreia em Road Atlanta, triunfo na primeira “Long Race” de estilo Endurance de Barber, mais alguns sucessos nas rodadas seguintes em Elkhart Lake e Shelton. Sete vitórias em sete corridas, liderança com pontos plenos, deixando até as migalhas para os adversários. Apenas a oportunidade de lamber as próprias feridas e recriminar de forma imprópria e inoportuna.
O NÍVEL DO SUPERSPORT MOTOAMERICA
Forés na MotoAmerica enfrenta adversários de nível neste contexto, mas de forma objetiva… não do seu nível. Se como um todo não for uma categoria que tenha escalação de Vingadores, nos primeiros 4-5 são todos muito respeitáveis pela rapidez e meios técnicos ao seu dispor. De um veterano como Josh Hayes (a um passo de se tornar o recordista de todos os tempos do circo AMA/MotoAmerica) aos jovens Teagg Hobbs e Tyler Scott auxiliados pela competitiva Suzuki GSX-R 750 do multi-título Team Hammer/M4, sem esquecer um Stefano Mesa que com a sua Kawasaki se revelou um adversário muito duro em várias ocasiões.
A PENALIDADE DA DUCATI V2 NO PASSADO RECENTE
Xavi Forés venceu todos eles até agora, com uma Ducati Panigale V2 já capaz de vencer na temporada passada com Josh Herrin antecipadamente. Um Supersport “Next Gen” que também domina o Campeonato Mundial em sua categoria e, na MotoAmerica, teve que passar por correções regulatórias em junho passado. Especificamente, atuamos no mapeamento, firmware da eletrônica MecTronik e, principalmente, na abertura do acelerador, atuando no TPS (Sensor de posição do acelerador). No papel, a Ducati V2 deveria ter sofrido principalmente na comparação de velocidade com a concorrência, mas nada mudou. Embora flangeado e limitado, Forés a partir de então marcou um duplo-um-dois nas rodadas seguintes de Road America e Ridge Motorsports Park. Será que a diferença está inteiramente no pulso direito do motociclista espanhol e na excelência do trabalho de toda a equipa?