Nas primeiras cinco rodadas da MotoGP, os comissários da FIM tomaram algumas decisões polêmicas que despertaram a ira de pilotos, dirigentes e insiders. O diretor desportivo da Ducati, Paolo Ciabatti, está incomodado com a falta de consistência nas grandes penalidades aplicadas pelo trio liderado por Freddie Spencer. Infrações muito semelhantes são avaliadas com diferentes parâmetros e penalidades de maneira diferente e o Painel da FIM não ouve nada do que os pilotos têm a dizer.
O ponto de vista da Ducati
A reunião entre pilotos e comissários realizada em Le Mans, durante a reunião da Comissão de Segurança, corre o risco de virar um buraco na água. “Nossa opinião pode ser resumida“, começou Ciabatti. “Se houver comportamento como o de Marc Márquez na corrida de Portimão, deve ser punido. Uma penalidade também deve ser atribuída a um acidente como o de Nakagami na Catalunha 2022, quando colocou Bagnaia e Rins fora da corrida. Alex Rins quebrou o pulso. Mas Nakagami não foi punido… Se não há manobras importantes como a de Márquez em Portugal ou a de Nakagami em Barcelona, consideramos tais incidentes como incidentes de corrida“.
O risco é que na MotoGP as ultrapassagens se tornem uma mercadoria rara. Em casos de episódios limítrofes, torna-se difícil até para os comissários aplicar um julgamento aparentemente imparcial. Como quando aconteceu em Jerez, onde a Direção de Prova infligiu a Bagnaia a perda de uma posição por uma ultrapassagem considerada muito arriscada”Quando Jack Miller fez uma ultrapassagem muito mais agressiva contra Jorge Martin na última curva, ele saiu impune. Nada aconteceu lá. Zero! na mesma corrida“, lembrou o diretor esportivo da Ducati Corse ao Speedweek.com.
O encontro entre pilotos de MotoGP e comissários da FIM
A reunião realizada em Le Mans não trouxe mudanças positivas. Os comissários tentaram estabelecer alguns pontos fixos: se você tocar em um adversário durante uma ultrapassagem na corrida, terá que recuar uma posição. Se você acertar um adversário durante a ultrapassagem, terá que dar uma volta longa. “Mas no dia seguinte, essas medidas não eram mais válidas. Porque o Marc Márquez deixou marcas no fato do Bagnaia, tocou-o, mas não houve sanção… por isso ainda falta consistência. O regulamento foi explicado aos pilotos na sexta-feira, mas não o aplicaram no dia seguinte“ concluiu Paolo Ciabatti.
Recordamos que no Portimão Sprint Race Luca Marini pousou Enea Bastianini numa tentativa de ultrapassagem. Uma manobra que acabou mal e que levou o piloto de fábrica da Ducati a fracturar a escápula. “Entrou na curva e perdeu a frente. Infelizmente Bastianini estava lá na pista externa, mas não havia intenção, então você não pode chamar isso de direção irresponsável. Para mim, acidentes como esse fazem parte do motociclismo“.
Foto: MotoGP.com