Marc Márquez regressa a Espanha após o Dia de Agradecimento da Honda Racing em Motegi. Será um longo inverno de preparação física e reabilitação em Madrid, onde fixou residência desde o início do ano juntamente com o seu inseparável irmão Alex. À espera de conhecer o potencial da RC213V 2023 na próxima prova de Sepang, em fevereiro, o objetivo do campeão é voltar à condição física de ponta. Tem pela frente uma temporada de MotoGP decisiva para o destino da equipa e do piloto de Cervera. Por um lado, continua a professar a máxima confiança na HRC, por outro, pede resposta aos seus pedidos de forma a montar um pacote vencedor.
A história de Santi Hernández
A lesão de Jerez em julho de 2020 marcou uma virada em sua vida, em sua carreira, na história da equipe Repsol Honda, que acumula anos difíceis e recordes negativos. Santi Hernandez, histórico chefe de equipe, viveu de perto esse momento difícil. Nos boxes ele trabalhou lentamente junto com o piloto de testes alemão Stefan Bradl para tentar fazer com que ele encontrasse um protótipo competitivo quando voltasse, mas sem seu feedback era difícil ter sucesso. “Foi o pior momento de sua carreira esportiva. Marc não gosta de ficar muito tempo sem andar de bicicleta, é algo que ele não está acostumado“. Ao retornar após várias cirurgias no braço direito, ele mudou sua abordagem aos GPs. “A forma de abordar cada treino é diferente agora, mas não perdeu sua essência“.
O regresso ao MotoGP
Na primavera de 2021 regressou ao MotoGP em Portimão, conquistando três vitórias, mas o úmero direito continuou a causar dores, impedindo-o de pilotar a Honda RC-V como sempre fez. A quarta operação em junho era inevitável, a última chance de tentar recuperar alguma normalidade na pista e no dia a dia. “A quarta operação era tudo ou nada: resolva o problema ou retire-se. Felizmente correu muito bem. Ele trabalhou duro para ainda obter resultados“: pole em Motegi e pódio em Phillip Island. Mas isso é apenas o começo.
Marc Marquez e a hipótese de aposentadoria
Seu irmão Alex sempre esteve perto dele, nos treinos e na vida privada. Na pista cada um seguiu seu caminho, mesmo que não faltassem saídas tandem dos boxes para tentar otimizar o estilo de pilotagem e as trajetórias, com uma moto que só Marc Márquez pode levar ao limite. O testemunho do irmão mais novo é significativo para resumir os últimos dois anos da amostra, também a debater-se com dois casos de diplopia. “Quando tudo vai bem para você, você não valoriza e normaliza o que você faz que é excepcional. Agora Marc aprecia mais a cada dia… Ele é um vencedor nato“, explica para Dazn. O objetivo para a próxima época do MotoGP é voltar a divertir-se, se conseguir vencer ainda melhor. “Ele não está procurando um novo título“. Poder estar lá já é um marco importante para o octacampeão. “Nunca pensei em me aposentar, mas você mencionou isso… Quando Marc se aposentar, ele continuará ligado à MotoGP. Marc não perderá seu DNA e isso o tornará muito forte“.
Foto: MotoGP.com