Fabio Quartararo está profundamente desapontado no final dos treinos livres de sexta-feira em Jerez. Ambos os pilotos da Yamaha permanecem fora do top 15, as altas temperaturas do asfalto distorceram o equilíbrio da moto, além de arrastar problemas atávicos. Segundo o piloto mais francês, parece ser uma regressão e não uma evolução. Até alguns anos atrás a YZR-M1 tinha entradas e saídas de curvas como pontos fortes, hoje nem faz diferença em certas áreas.
A frustração de Fábio Quartararo
‘El Diablo’ nunca foi suave para a Yamaha. Quando ele tem que admitir erros, ele o faz sem vergonha, mas quando é hora de atacar os engenheiros de Iwata, ele pisa no acelerador. Pneus novos não trazem nenhuma vantagem, mas o verdadeiro problema é não conseguir encontrar uma solução. “A moto é muito agressiva e, acima de tudo, perdemos nossos pontos fortes a cada ano. Em 2022 com o Bagnaia lutei para vencer, hoje é impossível pensar em fazê-lo“. O campeão francês tateia no escuro e se sente isolado. “Ducati tem oito motos, Franco (Morbidelli; editor) e eu sozinho nós realmente lutamos“.
Sem resposta da Yamaha
Quatro anos atrás, no circuito de Jerez, ele rodou em 1m36″3, na sexta-feira nos treinos livres fez 1m37″5. A frustração ameaça tomar conta. Algum progresso foi feito no motor, mas a diferença em relação aos rivais permaneceu inalterada. “Na pista, às vezes eu grito debaixo do capacete, fico louco… Aí eu me acalmo, mas isso não é bom, temos que achar uma solução“, continua Fabio Quartararo a ‘La Gazzetta dello Sport’. Nenhum vislumbre de esperança vem da alta administração da Yamaha, silêncio absoluto. “Nas reuniões muitas vezes há silêncio, ninguém fala. Ainda hoje, ninguém sabe porque lutamos tanto, porque a moto é tão agressiva e não tenho sentimento. É isso que me irrita, ver os outros fazendo esses tempos hoje em condições difíceis e a gente nem chegando perto“.
O futuro no MotoGP
A ausência de uma equipa satélite pouco influencia, na época de MotoGP de 23 a equipa de Razlan Razali não ajudou muito. Fala-se de uma possível chegada de Toprak Razgatlioglu ao seu lado em 2024, porém a hipótese é extinta pelo fogo raivoso do ‘Diablo’. “Acho que não vai chegar. É um piloto que quer vencer e para mim sabe que se vier aqui não o conseguirá. Então acho que ele prefere lutar no Superbike“. Palavras que refletem a sua forma de pensar, sugerindo que será difícil pensar em outra renovação de contrato para 2025-2026. Dulcis in fundo, no teste de Jerez de 1º de maio não haverá atualizações importantes nas quais depositar esperanças.
Foto: MotoGP.com