Enea Bastianini nunca teria imaginado encontrar-se numa situação semelhante depois de se mudar para a equipa de fábrica da Ducati. Na temporada de 2022 do MotoGP somou quatro vitórias e dois pódios, este ano não conseguiu ir além da oitava posição na corrida. Para complicar tudo foi a lesão no ombro sofrida no Grande Prémio de Portimão, que o obrigou a ficar afastado por quatro jornadas e regressou a Mugello em condições ainda precárias.
O momento difícil de Bastianini
O piloto da Romagna soltou os seus fãs no ano passado com a Desmosedici GP21 da equipa Gresini, tanto que conquistou a confiança da direcção de Borgo Panigale. Ele tinha em mente lutar pelo Mundial, mas a fratura da escápula dificultou a adaptação à nova moto e à equipe. Fisicamente, Bastianini está bem, mas faltam resultados. Na Áustria terminou o Sprint na 13ª posição, enquanto no domingo, após o melhor tempo de aquecimento, teve de se contentar com o 10º lugar devido ao forte desgaste do pneu traseiro. Contra o companheiro de equipe Francesco Bagnaia que conquistou a dupla vitória e a pole position. “Não estou mentalmente deprimido. Porque eu sei o que posso fazer. Não tenho dúvidas sobre isso. Trata-se de juntar tudo. Neste momento tudo parece estar contra nós. Sempre acontece alguma coisa, nunca encontramos uma situação fácil“.
A diferença com Pecco
É evidente que Enea Bastianini ainda não encontrou a sensação certa com a Ducati GP23. Até Bagnaia admitiu que a atual Desmosedici exigiu mais trabalho do que a GP22 do ano passado, por exemplo com o ajuste fino da travagem motor, como revelou o campeão mundial de MotoGP. O protótipo 2023 garante mais aderência, mas está mais nervoso e é preciso trabalhar mais nos treinos livres de sexta-feira. Difícil por enquanto atingir os níveis do parceiro de caixa. “Acho que o Pecco ainda teve uma vantagem porque esta moto atende melhor às características dele do que às minhas. Ele também teve que se adaptar, é claro, porque também tinha uma bicicleta diferente daquela que usa agora. Mas eu tenho que encontrar outro caminho”.
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