A passarela triunfal de Pecco Bagnaia continua após a vitória no Campeonato do Mundo de MotoGP há cerca de dez dias. O diretor geral Claudio Domenicali destaca a força do grupo, que é essencial para montar uma moto vencedora e dar ao piloto de Turim a harmonia certa. Principalmente quando depois de Sachsenring a corrida pelo campeonato mundial parecia muito comprometida pela desvantagem de 91 pontos de Fabio Quartararo. Há um ano Valentino Rossi subiu ao Quirinale para se despedir do motociclismo, na quarta-feira seu pupilo Bagnaia para dar continuidade ao sonho italiano das duas rodas. “Caro Valentino, hoje Bagnaia é o exemplo de que a história de sucesso vai continuar“, comentou o presidente Sergio Mattarella.
Gabarrini bis Campeonato Mundial de MotoGP
Foi também o ano da fama da marca Ducati, com a sua segunda conquista do título de MotoGP quinze anos depois de Casey Stoner em 2007. O fio condutor é Christian Gabarrini, chefe de equipa dos dois campeões do mundo. “São dois pilotos muito fortes, muito diferentes um do outro, mas foi fantástico com os dois“, explica o engenheiro italiano. O fabricante de Borgo Panigale persegue este objetivo com todas as suas forças desde a época de Andrea Dovizioso. “É um trabalho que começou em 2015, ano passado chegamos muito perto, havia a percepção de que tínhamos condições de lutar, mas tínhamos que juntar muitas coisas. Esse ano parecia que estávamos nos afastando, aí a temporada se inverteu completamente, Pecco fez um segundo tempo incrível“.
Em Assen, o vento mudou a favor dos Reds, as férias de verão alimentaram a coragem e tenacidade de Pecco Bagnaia e sua equipe. Na Inglaterra, a primavera que desencadeou o retorno: “Nunca ninguém desistiu, sempre acreditamos nisso e no final é incrível que acabou assim“, completou Cristian Gabarrini. “Depois das quatro vitórias consecutivas houve uma queda, talvez seja bom porque nos manteve com os pés no chão. Fabio Quartararo dificultou a vida até o fim e só posso parabenizá-lo“.
A alegria do avô e Pirro
Antonio Bagnaia, avô do novo campeão do MotoGP, voou para Valência no dia da sua consagração. “Pecco é Pecco, não existe Pecco campeão e Pecco sobrinho, existe apenas um Pecco. É assim com a namorada, com a família, com a mãe e com o pai. Para mim, o fato de ser sempre equilibrado e preciso, aguentar os jornalistas e as redes sociais daria conta de ser ministro das Relações Exteriores. Todas as pressões que ele teve que suportar sem perder a elegância…“. Muitos amigos chegaram da Itália, incluindo o mentor Valentino Rossi com sua parceira Francesca e Alberto Tebaldi. O piloto de testes Michele Pirro também é o mestre de cerimônias, que sente com razão que esta vitória também é sua, depois de longos e exaustivos testes solo na pista e muitos curingas apoiados com honras. “Onze anos de sofrimento. Não é como a Copa do Mundo que acontece a cada quatro anos. Aqui a gente sofre todo ano, a vitória foi uma libertação pra mim também“.
O orgulho da marca Ducati
Claudio Domenicali tem todos os motivos para sorrir, porque o triunfo mundial é, acima de tudo, a melhor propaganda da marca Emilian. “É um resultado extraordinário porque traz a tecnologia Made in Italy para todo o mundo. É bom que não seja apenas a Ducati, mas também a Aprilia. Apesar de alguns problemas, somos um país forte, capaz de fazer a indústria“. Parecia a enésima temporada de MotoGP em que as esperanças se esvaíam a meio do campeonato, mas Bagnaia escreveu mesmo um conto de fadas. Ao voltar das férias nos boxes começaram a acreditar nisso de verdade: “Na Áustria ele havia vencido três corridas consecutivas, depois Misano é um campo de caça e ele não errou. Naquele momento eu pensei que poderia – admite Claudio Domenicali -, depois em Aragão ele estava na liderança, mas Enea foi melhor. Chegámos a Valência com vantagem e o Pecco foi bom a gerir a corrida“.
Foto: Instagram @pecco63