A época do MotoGP arrancou com o primeiro teste em Sepang e as expectativas são grandes para 2023. Tendo em conta os nomes da grelha, imaginamos um campeonato muito disputado. E fica a curiosidade de saber se a decisão de Carmelo Ezpeleta de incluir o Sprint Race em todos os Grandes Prêmios levará aos resultados desejados.
O novo formato prevê uma corrida curta na tarde de sábado com voltas reduzidas à metade em relação à corrida de domingo. As colocações finais não determinam a grelha de domingo, que será sempre referente às sessões de qualificação (antecipadas no sábado de manhã). Em pontos os nove primeiros pilotos a terminar, que ganharão respectivamente 12, 9, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1 pontos. A novidade surgiu para trazer mais interesse para uma categoria que precisa crescer, atraindo mais interesse e produzindo mais entretenimento. Veremos se a escolha compensa.
Ezpeleta convencido das corridas de Sprint no MotoGP
Carmelo Ezpeleta está confiante de que a introdução das corridas Sprint vai dar um impulso ao MotoGP: “Espero que as alterações propostas corram bem – ele disse AS – e eu entendo as críticas. Todas as coisas que mudamos sempre foram criticadas. Se percebermos que não funciona, não teremos problemas em voltar. Temos que inovar e fazer com que as pessoas nos amem. Dizem-me que a participação está a aumentar, não sei se graças às corridas de velocidade“.
Carlo Pernat sublinhou o facto de os contratos assinados pelos pilotos com as equipas ainda não preverem a corrida adicional, pelo que deverão receber um bónus. Mais corridas, mais dinheiro. O conhecido dirigente não descarta a possibilidade de os pilotos decidirem não correr se nada for feito. O técnico espanhol não se preocupa: “É um problema dos pilotos com suas equipes. Quanto a Pernat, Carlo é Carlo e também não posso levá-lo muito a sério. Ele tem meu número de telefone, mas não me liga. duvido que aconteça alguma coisa“.
O CEO da Dorna Sports, empresa espanhola que organiza o Campeonato do Mundo, reiterou o que o levou a optar por adotar o novo formato no MotoGP: “Falei com a F1 e o que eles estavam pensando parecia certo para mim. O que não me pareceu certo foi fazê-lo apenas em três ou seis Grandes Prêmios, porque os outros organizadores teriam nos perguntado por que não fizemos as corridas de velocidade lá também. Aos sábados virão mais pessoas aos circuitos e haverá maior audiência na TV“.
Superbike, Bagnaia, Rossi e Márquez
Ezpeleta fez ainda uma referência à Superbike, sublinhando que há uma grande distância do desempenho do MotoGP e que os super tempos da prova de Portimão não devem enganar: “As SBKs usam pneus de qualificação. Não é verdade que são tão rápidas como as motos do MotoGP. Se você der a qualquer MotoGP um pneu de qualificação, você ganha um segundo e meio a menos. Seria muito difícil a Superbike existir se não fosse nossa, porque é difícil encontrar acordos. Eu gosto de SBK, mas não está no mesmo nível“.
O técnico espanhol também foi questionado se acredita que as pessoas conhecem Francesco Bagnaia como um campeão de MotoGP merece. Esta é a sua resposta: “Ainda acho que não, mas espero que eles saibam disso. Viemos de uma época em que Valentino Rossi, um piloto extraordinário e uma personalidade magnífica, dominava. Temos caras muito bons e eles vão sair. Temos que dar a eles tudo o que precisam para esta geração se tornar mais popular“.
Este ano também há um certo Marc Márquez que quer disputar o título, que parece ter resolvido os seus problemas físicos e que tem muita vontade de voltar a vencer: “Se vai ficar bem – disse Ezpeleta – e a moto vai ficar bem também, esse ano com certeza vai trazer problemas“.
Foto: Instagram @pecco63