A Honda atravessa anos difíceis no MotoGP, mas está a trabalhar arduamente para voltar ao topo. Mesmo que faltem resultados na pista e o recente Grande Prêmio em Silverstone tenha sido embaraçoso para a marca japonesa, há um grande esforço da fábrica para dar um salto em 2024.
No teste em Misano Adriatico agendado para setembro, Marc Márquez e Joan Mir terão a oportunidade de ter uma ideia inicial da RC213V do próximo ano e de dar as suas sugestões para direcionar e melhorar o desenvolvimento. Os pilotos esperam ansiosamente por esse dia.
MotoGP, por que a Honda está em crise? Fale com Watanabe
Koji Watanabe concedeu entrevista ao jornalista Akira Nishimura, da Shueisha Shinsho, e tentou explicar as razões das dificuldades da Honda no MotoGP: “Difícil dizer a causa, mas acho que uma das razões é que não fizemos mudanças drásticas em nossos métodos porque nos baseamos em resultados anteriores. Enquanto eles foram aos trancos e barrancos com métodos mais radicais, tivemos um desenvolvimento cumulativo e acho que isso fez a diferença. Agora estamos mudando as coisas, colaborando também com o departamento automotivo, por exemplo“.
O presidente da HRC foi bem claro: as rivais europeias adotaram grandes mudanças para crescer, enquanto no Japão fizeram apenas evoluções de projetos já existentes. O mesmo vale para a Yamaha. As vitórias passadas levaram à crença de que as revoluções não eram necessárias, um erro que agora está sendo corrigido.
HRC tenta voltar ao topo
Watanabe não pode garantir que a Honda volte a vencer em 2024, no entanto garante que está a ser feito um grande esforço para permitir que os pilotos sejam mais competitivos: “O grupo Honda considera a situação atual um grande problema. Eu sei que não será fácil. Hoje, o desenvolvimento do MotoGP de 2024 está avançando rapidamente, mas ainda há muitas coisas a decidir. Se conseguirmos entender os pontos fracos, teremos uma moto razoavelmente competitiva. Mas ainda não temos certeza“.
No que diz respeito à delicada e muito discutida questão das concessões, que podem ajudar Honda e Yamaha, a posição do gestor japonês é simples: “Precisamos do consentimento de todos os produtores e, se houver, aproveitaremos as concessões para que o desenvolvimento ocorra melhor“.
Honda, não à retirada do MotoGP. E o Márquez…
Watanabe também negou claramente os rumores de que a casa de Tóquio estava incerta sobre a participação na primeira classe após 2026: “Nós nunca vamos recuar“.
É inevitável falar de Márquez, que deu à marca nipónica os últimos seis títulos de MotoGP e que tem muita vontade de voltar a vencer: “Toda vez que vou a um grande prêmio – diz o presidente do HRC – Converso muito com Marc para dizer a ele que temos que dar a ele uma moto vencedora e que faremos isso o mais rápido possível. Ele tem seus próprios cronogramas e, se houver coisas que não se encaixam nele, todos podem tomar uma decisão. Agora temos um objetivo comum de trabalhar juntos e não desistir até o final, então não estamos falando em quebrar o contrato“. O piloto de Cervera vai ficar pelo menos até o fim do contrato, depois veremos.
Foto: Honda Racing Corporation