O desconhecimento das informações da motocicleta não é uma desculpa, mas uma falha. Partir de uma avaliação tendenciosa, sem se apoiar em elementos objetivos e um conhecimento aprofundado do assunto, tende a gerar uma visão parcial e puramente subjetiva dos fatos. As realidades, motos, pilotos, campeonatos e histórias relacionadas, devem ser conhecidas. Estude e analise, antes de oferecer sua própria tese. Se quisermos, o 2022 de Danilo Petrucci na MotoAmerica Superbike é a representação perfeita desse discurso. Preconceitos pessoais tendem a afetar o julgamento de uma época, por mais que ela seja enquadrada.
DANILO PETRUCCI PELO TÍTULO
Este fim-de-semana no Barber Motorsports Park em Birmingham (Alabama) terá lugar a última ronda da época de MotoAmerica Superbike com Danilo Petrucci a perseguir o título. Graças à vitória retumbante da Corrida 2 em Nova Jersey, o Ducatista ficou apenas 4 pontos atrás do líder da classificação e atual Campeão Jake Gagne, com ainda 50 pontos em disputa nas duas corridas. No papel, tudo joga contra o jogador Terni. A experiência do rival (e, sobretudo, da sua equipa Attack Yamaha…), a base de dados histórica na sua posse, será um dever a pagar pelo #9. Que viveu um 2022 em sua maior parte em busca, muitas vezes e voluntariamente colocando um remendo em uma situação, no papel e na resposta do cronômetro, deficiente em termos de desempenho. Só alguém como Petrucci conseguiu manter os jogos abertos até o fim: isso já é um fato inédito na história recente da MotoAmerica.
PETRUX NA HISTÓRIA
Não somente. Com esta temporada, o herói do Dakar 2022 reescreveu todos os recordes italianos no Superbike no exterior. Antes de sua chegada, as vitórias italianas podiam ser contadas nos dedos de uma mão. Este ano de corrida ele ganhou 5 contra 11 do rival Jake Gagne, salvando o que poderia ser salvo quando os R1s eram (objetivamente) inacessíveis. Não só Danilo seria o primeiro motociclista italiano a ser coroado Campeão da AMA / MotoAmerica Superbike, mas traria de volta à Ducati um título que faltava há quase 30 anos. Vinte e oito, especificamente: do hurra de Troy Corser em 1994 com a equipe de Eraldo Ferracci.
UMA TEMPORADA EM BUSCA
A aventura ultramarina de Danilo Petrucci começou em grande estilo com três vitórias consecutivas nas três primeiras corridas entre Austin e Road Atlanta, depois tendo que sofrer o retorno de Jake Gagne no decorrer da construção. O piloto de Terni, é justo recordar que continua a ser um piloto de MotoGP, sempre deu o seu melhor. Os resultados são inquestionáveis, merecendo uma análise cuidadosa. Um segundo lugar, dada a situação atual, não pode ser considerado uma derrota. Pelo valor do trinômio Gagne-Attack-Yamaha (confirmado neste artigo), pelo preço que “Petrux“Paga para a competição. Referências anteriores em muitas pistas inexistentes, enfrentando adversários que já têm tudo pronto antes mesmo de colocar as rodas na pista. Na verdade, muitas vezes e sem querer, ele corria no escuro. Em pistas onde nunca correu, onde a equipa Warhorse HSBK Racing Ducati NYC possui pouquíssimas referências (apenas parciais de 2021), além de um V4 R a adaptar ao máximo possível aos pneus Dunlop. Vários finais de semana foram bastante reveladores a esse respeito. Tudo isso enquanto o trinômio Gagne-Attack-Yamaha pode contar com um R1 não apenas “pronto para pista”, mas… pronto para vencer!
A EMPRESA DE DANILO PETRUCCI
Por esses motivos, aliados à tendência da temporada, a avaliação “Alguém como Danilo Petrucci não pode deixar de vencer na MotoAmerica“, Não segura. Resultado de um desconhecimento da situação, adversários, competitividade, problemas, criticidades. A realidade dos fatos nos leva a uma opinião positiva sobre o que Petrucci fez no exterior este ano. Como já contado após a incrível dupla de Austin neste artigo, de um verdadeiro empreendimento, com todas as razões expressas em detalhes. Título ou não, Danilo Petrucci fez história este ano. Como herói de dois mundos, de “Sozinho contra todos“Ganhar um campeonato como azarão. Com todo o respeito aos que acreditavam que deveriam vencer com um cachimbo na boca…