A recente rodada de Superbike em Magny-Cours terminou em meio a polêmica. O episódio que os desencadeou foi a queda de Álvaro Bautista causada por Jonathan Rea na largada da 2ª Corrida. O espanhol teve que abandonar, perdendo um provável pódio e muitos pontos, e não levou nada bem.
Ele atacou seu rival, acusando-o de derrubá-lo intencionalmente. O piloto da Kawasaki negou esta acusação, admitindo que cometeu um erro mas sem intenção de prejudicar o seu adversário. A Ducati também atrapalhou e, através do coordenador técnico Marco Zambenedetti, casou com a linha exposta pelo seu piloto. A penalidade de volta longa não foi considerada pela equipe italiana como uma penalidade adequada para os danos causados pelo hexacampeão mundial de SBK.
Bautista x Rea: Paul Duparc da FIM esclarece
No final da rodada do SBK na França, surgiu também a possibilidade de a Ducati recorrer ao Tribunal de Apelação da FIM para obter uma decisão mais pesada contra Rea. A este respeito, os colegas do Paddock-GP.com consultaram Paul Duparcoficial da Federação Internacional de Motociclismo, para esclarecimentos: “A decisão de penalizar Rea foi tomada pelos comissários, que analisaram o acidente durante a corrida com câmeras diferentes e de diferentes ângulos. Eles tomaram uma decisão chamada de constatação factual. Sendo tomada rapidamente e tendo impacto na partida, não pode ser objeto de recurso. É como uma penalidade, não há como voltar atrás“.
Duparc também destacou o comportamento da equipe Aruba Racing Ducati durante e após a segunda bateria de SBK em Magny-Cours: “A Ducati foi muito agressiva, entrando na Direção de Corrida duas vezes durante a corrida. Os comissários tiraram Serafino Foti do salão. Após a corrida, conversaram com ele e Zambenedetti, cuja raiva não diminuiu“.
O oficial da FIM também explica por que Rea foi punido apenas com uma penalidade de volta longa: “Os comissários pediram para ver os dados de telemetria dos pontos de frenagem de Rea e descobriu-se que naquela curva ele freou exatamente no mesmo ponto e com a mesma pressão das voltas anteriores. Segundo os técnicos de telemetria, que analisaram os dados, não se comportou de forma diferente do habitual. Não houve conduta anormal“.
Ducati, o único recurso possível ao CAS: mas seria inútil
Sobre os rumores sobre um possível recurso da Ducati ao Tribunal de Recurso da FIM para pedir uma sanção mais dura contra o piloto da Kawasaki, Duparc foi muito claro: “Não havia nada oficial, nenhum recurso. Havia apenas telefonemas. De qualquer forma, não há recurso admissível. Rea nunca foi penalizado por comportamento antidesportivo ou irresponsável. Teve algumas colisões, mas sempre considerou acidentes de corrida. Esta é a primeira vez que ele recebe uma penalidade. Desta vez errou e foi penalizado“.
O funcionário da Federação Internacional de Motociclismo então entra em mais detalhes ao explicar por que a Ducati não pode fazer nenhum recurso útil para mudar o que já foi decidido: “Não há possibilidade de recurso perante as instituições da FIM. Eles podem levar o caso ao tribunal, mas sem chance de ganhar. Eles poderiam ir ao Tribunal Arbitral Esportivo, mas o CAS não intervém no que é considerado campo de jogo. Avalie se há um problema de aplicação de regras ou procedimentos, mas nunca entre no campo de especialistas e deixe as avaliações para os árbitros. Ducati pode ir ao CAS, mas perderá e não poderá recorrer às autoridades da FIM. Se recorreram ao CAS, como tinham cinco dias, não fomos informados…“.
Foto: WorldSBK.com