Alvaro Bautista é o homem que trouxe a Ducati de volta ao topo do mundo das Superbike. Um resultado que os encarnados esperavam desde 2011 com o seu mais recente campeão Carlos Checa. Mas para o piloto de Talavera de la Reina é também o segundo campeão mundial da sua carreira. Aliás, o primeiro chegou ao Mundial, precisamente em 2006 e quando correu na histórica e extinta 125cc. Curiosamente com as cores de outro fabricante italiano, a Aprilia. Resultados que colocam Bautista numa categoria muito restrita, visto que apenas dois “heróis de dois mundos” o precederam.
John Kocinski
O primeiro deste clube exclusivo é o ex-piloto de Little Rock, nascido em 1968. Uma carreira mundial que começou em 1988 nas 250cc, com dois anos de Superbike no registo, antes de regressar por muito pouco tempo ao MotoGP. Mas vejamos os anos mais interessantes, nomeadamente aqueles que lhe permitem entrar na história das duas rodas. No histórico quarto de litro era 1990, Kocinski correu com a Yamaha: em 15 GPs obteve sete vitórias, mais cinco pódios, uma colocação à beira da zona de pontos e duas desistências. Um Campeonato do Mundo que chegou em clara superioridade, algo que nunca mais voltou a acontecer nos seus anos de Campeão do Mundo, nem mesmo nas 500cc. Em 1996, porém, decidiu mudar e lançou-se na categoria de Superbike: foi o seu primeiro ano já no topo com a Ducati, mas terminou no terceiro degrau do pódio. No ano seguinte, com a Honda, alcançou a segunda e última íris da carreira: em 12 voltas (com corridas duplas) conquistou 9 vitórias, outros oito pódios, apenas um zero e uma única colocação fora dos dez primeiros. É o triunfo mundial que lhe permite ser o primeiro piloto de sempre a vencer tanto no MotoGP como nas Superbike.
Max Biaggi
No entanto, Kocinski não é o único, ainda que tenhamos que esperar mais alguns anos pelo seu primeiro sucessor. Um herdeiro que fala italiano, já que nos referimos a Max Biaggi. Nada menos que um grande protagonista do Campeonato do Mundo nos anos 90 e início dos anos 2000. Os seus anos de glória foram sobretudo os da categoria de 250cc onde conquistou quatro títulos mundiais consecutivos: no triénio 1994-1996 triunfou com a Aprilia , em 1997 brilha com a Honda. Não consegue vencer nas 500cc/MotoGP, apesar de estar sempre entre os protagonistas, mas basta esperar pela transição para as Superbike para o ver mais uma vez no topo do mundo. Biaggi, novamente com as cores da Aprilia, prevaleceu claramente em 2010, dois anos depois, em vez disso, levou a melhor sobre Sykes por meio ponto! Uma última íris para encerrar sua vitoriosa carreira, com seis títulos em dois campeonatos que, como Kocinski, valem para a história.
Foto: worldsbk.com