“Jonathan Rea irá para a Yamaha”. Este boato está circulando no paddock de Superbike há semanas, mas no momento é pura fantasia. O hexacampeão mundial ainda tem um ano de contrato com a Kawasaki, que termina no final de 2024. Como em todos os acordos com pilotos deste nível, obviamente também há um buyout, ou seja, a cláusula de saída, de proporções gigantescas. Então, mesmo que o piloto fosse da ideia, e não parece, a Yamaha, além de um salário milionário, também teria que arcar com esse desembolso adicional. Claro, no esporte como na vida (quase) nada é impossível. Mas, em casos como esse, trata-se de avaliar o grau de confiabilidade. Em outras palavras, pergunte a si mesmo que jogo a pessoa que lhe envia essas “dicas” está jogando. E, em segundo lugar, imagine qual seria o cenário se tal mudança realmente acontecesse.
Como surgem os rumores do mercado
Tanto no MotoGP como no Superbike, todos (ou quase) os boatos sobre o mercado de pilotos que você lê ou ouve na TV são propagados por seus dirigentes, para fazer o jogo deles. Se uma certa indiscrição vazar, é claro que isso desencadeou um efeito cascata. Então nada é aleatório, tudo faz parte de uma certa representação. Normalmente as indiscrições mais “inesperadas” partem dos dirigentes em maior dificuldade, ou seja, aqueles que – por uma razão ou outra – têm os seus clientes fora do jogo. Na Superbike, nas últimas semanas, todos os gestores de peso têm problemas para resolver. O caso mais espinhoso é o de Scott Redding, que exerceu a opção com a BMW, desencadeando assim a renovação automática por mais duas temporadas. Com a chegada de Toprak Razgatlioglu, porém, a marca alemã encontra-se com cinco pilotos contratados (Razgtalioglu, Redding, Van der Mark, Baz e Gerloff) mas apenas quatro motos disponíveis, entre a equipa interna e o satélite Bonovo. Para o empresário de Redding, o belga Michael Bartholemy, o cenário perfeito seria instalar o britânico em outro lugar e receber a compra da BMW. Estamos falando de milhões, não de amendoins…
Mercado bloqueado, uma “bomba” é necessária
Até o momento, o cenário do mercado de 24 é um beco sem saída para um piloto de ponta com aspirações de vencer como Redding. Então você precisa acionar o jogo da “bomba” para ver o efeito que ela causa. Além de Bartholemy, vale também para Alberto Vergani, que está na posse de dois figurões como Axel Bassani e Danilo Petrucci, que no entanto por motivos diversos estão ambos fora das rondas “pesadas”. Atenção: nós entusiastas focamos muito na situação técnica, mas para os dirigentes dos pilotos o fator predominante é o peso do acordo, visto que eles arrecadam um percentual (de 10 a 20%) do valor do salário. Assim, os lugares cobiçados são Kawasaki e Yamaha, as marcas que (depois da BMW) têm mais dinheiro na mão.
Por que Rea deveria se mudar?
Jonathan Rea tem 36 anos e na Kawasaki conta com uma estrutura técnica de homens de grande confiança. Ele tem um contrato de 1,5 milhão, além de bônus igualmente ricos. A Ninja não é competitiva neste momento, mas apenas porque a Kawasaki Racing Team abdicou das mais 500 rotações do motor que o regime de “concessão” lhe teria permitido, para acumular outras”fichas” e tendo a possibilidade de usar componentes de motor muito mais decisivos, como o eixo de comando mencionado por Jonathan Rea nas últimas entrevistas. Aqui explicamos o assunto. “Se o IF parar de jogar, seremos competitivos novamente em um piscar de olhos” eles dizem em Kawasaki. Isso pode ser verdade, e Jonathan Rea obviamente tem o dedo no pulso. Indo para a Yamaha, o que mais você encontraria, visto que o R1 – líquido do fator Toprak – é mais ou menos como o Ninja? Nada. É por isso que, apesar dos rumores em questão, será difícil de acontecer.
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